Você conhece a imprensa cientifica brasileira?

Para quem já e leitor do Vivo Verde, e amigo do meio ambiente e gosta de ciência em todos os níveis do conhecimento ai vai mais um espaço (para felicidades de todos) a coluna CiênciaVerde, nela vamos trazer informações de diversas áreas da ciência nacional e internacional, traçando discusões, idéias, debates sobre pesquisas, descobertas da ciência além de acontecimentos na área ambiental.

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Tão importante quanto a divulgação de noticias e o conhecimento de áreas interessantes da ciência , e saber a relação delas com a natureza, com nossa sociedade, sem esquecer que a sociedade e um dos principais agentes transformadores da natureza e motivadores da ciência, Ai está a interdisciplinaridade que uni todo esse blog aos seus leitores e os leitores ao nosso mundo.Meu nome é Diego Rocha sou Engenheiro Ambiental pela UFT e Mestrando em Meteorologia pela UFAL, trabalhei como pesquisador na Universidade do Tocantins por um ano. Sou entusiasta em geoprocessamento, sensoriamento remoto dentre tantas outras áreas que não caberia aqui para escrever, por isso poderemos falar sobre assuntos diversos, e conto com a parceria de vocês nesse novo investimento pessoal e do Vivo Verde, em contribuir de forma positiva para o meio ambiente no universo virtual. Já tive outras experiências em entrevistas para jornais escritos e televisados, mas essa e a primeira matéria para blog, ao honroso convite de Daiane Santana.

No nosso primeiro post trago um artigo que achei muito interessante e acredito que servirá de reflexão para o publico em geral que irá acompanhar nossa coluna, de forma a entender melhor como anda a Ciencia em nosso pais e alguns ingredientes que ainda faltam para fortalecer cada vez mais a ciência nacional, coloquei o artigo na integra para podermos entender a idéia do autor o mesmo foi publicado na revista Scientific American Brasil, edição 95, pelo jornalista José Roberto Ferreira que é ex-assessor de comunicação da Universidade Estadual Paulista (Unesp), presidiu a Associação Brasileira de Jornalismo Científico entre 2003-2005 e atualmente é diretor da Acadêmica Agência de Comunicação.

Imagem24 - Cert Instrumentistas

A não falada política de C,T&I

Imprensa científica brasileira não se interessa por políticas públicas para a área

Há poucos meses sugeri uma pauta a um colega da grande imprensa, sobre um fato relevante para a vida científica brasileira, e sua resposta, negando o interesse no assunto, foi tão pronta, acabada e imediata que pareceu uma reação instintiva a algo que lhe causava aversão. “Mas isso é assunto de política científica!”, esquivou-se, e mudou o rumo da conversa.

A breve ocorrência é exemplar de uma situação instigante – ou desanimadora, dependendo do ponto de vista: o notório desinteresse da imprensa brasileira pelos assuntos relacionados às políticas públicas de ciência, tecnologia e inovação (C,T&I). Esse exemplo pessoal que trago aqui talvez revele os reais motivos desse desinteresse – jornalista científico não gosta de política científica –, mas certamente isso não é o suficiente para considerarmos a questão encerrada. Fica uma comichão; afinal, a ciência que se faz no Brasil tem um protagonismo como observado antes, e pelo voar da carruagem dos tempos atuais pode-se prever como certo que esse protagonismo será cada ver maior. Assim, poderá a imprensa brasileira continuar “alienada” em relação às políticas de C,T&I?

Enquanto o tempo se encarrega de nos dar a resposta, vamos aproveitar para contribuir para o debate sobre essa questão.

Assim, quero trazer um dado da pesquisa “Ciência, Tecnologia & Inovação na Mídia Brasileira”, realizada pela Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), de Belo Horizonte, e apresentada publicamente em outubro passado. A pesquisa analisou o noticiário sobre C,T&I de 62 jornais diários brasileiros, entre os anos de 2007 e 2008.

O dado abrangente mais revelador da pesquisa está aqui: na média dos dois anos analisados, apenas 11% das notícias sobre C,T&I tratavam de políticas públicas da área, sendo que 87% tinham como foco o “fazer ciência” e também eventos científicos em diversas áreas e subáreas do conhecimento. É claro que o bom senso aceita que a imprensa dê cada vez mais atenção e espaços às atividades e aos eventos de C,T&I, e isso, de fato, parece que vem ocorrendo. Ótimo, mas não se pode esquecer, ou deixar em segundo plano, um dado fundamental: aqui e em qualquer lugar do mundo, as atividades científicas financiadas com verbas públicas decorrem, obviamente, de políticas públicas. Não há ciência sem política científica. Note-se, ainda, que, no Brasil, a produção científica é quase toda desenvolvida em instituições públicas e com financiamento público, o que supõe a existência de políticas para cuidar desse setor.

Além disso, há um dado do presente que, lamentavelmente, a imprensa, ao ignorá-lo, deixa também a sociedade ignorante sobre algo que tem íntima relação com ela e com o país: o Brasil nunca teve tantas políticas públicas de C,T&I como agora, e não apenas no âmbito do governo federal. Os governos estaduais, quase todos, também entraram nessa onda. Apenas Rondônia e Tocantins continuam sem uma fundação de amparo à pesquisa. Mas, ainda que essas instituições não estejam plenamente formatadas, já se pode dizer que temos um sistema nacional de ciência e tecnologia. Há ações articuladas entre o governo federal e administrações estaduais; vários programas da Finep e do CNPq são efetivados por meio da atuação das FAPs; os estados reproduzem e enriquecem o marco legal originalmente federal, a exemplo da Lei de Inovação e da Lei do Bem.

Mas essa nova dinâmica institucional que o país está criando passa ao largo das páginas dos nossos diários. A Lei de Inovação e a Lei do Bem, mostra a pesquisa da Fundep, “foram citadas em menos de 1% dos textos pesquisados” nos 62 jornais, o que, conforme os autores do trabalho, “enfraquece o reconhecimento público das possibilidades que abrem”.

E que possibilidades abrem – ou deveriam abrir – as leis de novação e do Bem: as possibilidades de o Brasil não só acelerar seu desenvolvimento, mas de fazer isso com base na nova economia, que alia inovação tecnológica e sustentabilidade ambiental, econômica e social.

De maneira inédita, as políticas de ciência e tecnologia estão direta e irreversivelmente ligadas ao crescimento econômico e ao aperfeiçoamento social dos países, pela simples razão de que o conhecimento passou a ser o principal protagonista do desenvolvimento econômico-social.

É comum vermos nos jornais referências positivas ao desenvolvimento econômico da Coréia e comparações de espanto entre os investimentos dos Estados Unidos e do Brasil em ciência. Mas essa visão sumária não se dá conta de que, mesmo com história, culturas e economias distintas, o que está por trás do êxito coreano e americano é um fator comum: uma vigorosa e bem executada política científico-tecnológica.

O Brasil está nesse mesmo caminho? Ou escolheu outro? Nossas políticas científicas estão dando os resultados de que o país precisa? Os investimentos em C,T&I por aqui condizem com as demandas do país? São questões que, convenhamos, deveriam interessar aos jornais.

Agora comigo novamente! E para contextualizar melhor o problema percebemos que de fato…

Podemos citar atualmente dois ou três programas de TV que são direcionados para atender a demanda que quer conhecer aquilo que nos brasileiros fazemos em laboratórios e pesquisas de campo, em detrimento a dezenas de iniciativas de documentários internacionais que por aqui chegam e na maioria das vezes em horário nobre. Não que isso seja ruim pelo contrário, a questão é que os trabalhos científicos nacionais como um todo não tem nem a metade da visibilidade que é dada para os internacionais. A visibilidade e importante não só pela simples “propaganda”, ela gera incentivos, tem o poder de motivar o telespectador que muitas vezes até tem interesse, mas está distante da ciência nacional, sendo que a mesma em outros países desenvolvidos, além de um incentivo substancial do governo e empresas particulares tem uma visibilidade tão grande que gera o orgulho nacional até para a população mais leiga, talvez essa seja uma lacuna que a impressa deixe falha, o que leva nosso povo a preencher de outra forma, que dificilmente contribuem para o desenvolvimento da nossa sociedade.

Espero que com a coluna começando dessa forma nossos leitores em geral entendam como e importante a participação da sociedade com todas as suas áreas educacionais que tem por objetivo a produção científica, pois no fim das contas os benefícios têm um retorno direto ou indireto para a sociedade.

5 thoughts on “Você conhece a imprensa cientifica brasileira?

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