A agricultura familiar tem voz e quer ser ouvida!
Às vezes demora um pouco, mas eu retorno, algumas pessoas até dizem que meus sumiços são poucos, mas eu às vezes acho tempo demais, mas os motivos são variados também, digamos que se eu sumir, é hora de perguntar por onde eu estou ou como eu estou… Mas acontece, eu sempre me reergo, é meu dever!
Mas vamos lá! No Tocantins, segundo dados do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), estima-se que sejam 50 mil famílias de produtores rurais enquadrados na modalidade de agricultura familiar. A produção, mesmo sendo em menor escala e prioritariamente para consumo próprio, nem sempre é feita com base em princípios sustentáveis. Há duas semanas pude participar da Oficina Estadual do Programa de Educação Ambiental e Agricultura Familiar (Peaaf), acompanhando o presidente do Instituto IDAHRA, Fernando Nunes, no qual sou segunda secretária. Neste evento estavam, agricultores familiares e representantes de movimentos sociais de diferentes regiões do Tocantins. A iniciativa é do Ministério do Meio Ambiente (MMA) em parceria com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semades). Através de painéis e discussão em grupos de trabalho foram debatidas as principais linhas de atuação que vão compor o Plano Político Pedagógico (PPP) do Peaaf.
O Peaaf é um programa do Ministério do Meio Ambiente que busca a construção coletiva de estratégias para o enfrentamento da problemática socioambiental rural. Temas como participação social, agroecologia, práticas produtivas sustentáveis, tecnologias sociais e recuperação de áreas degradadas poderão ser trabalhados nas comunidades. O Programa deve beneficiar cerca de 50 mil famílias de agricultores no Tocantins, segundo dados do último Censo Agropecuário, feito em 2006.
Ao final foi formulado um relatório com a síntese dos resultados de cada grupo de trabalho. Esse documento servirá de base para a formulação das ações educativas do Peaaf. Mas preciso pontuar algumas ideias e discussões que foram levantadas na ocasião, que partiu dos seguintes questionamentos: Que educação ambiental queremos na agricultura familiar que leve à transformação da produção no campo? Como deve ser desenvolvida? Quais os seus princípios e fundamentos essenciais? Qual seu principal objetivo? Estas perguntas foram feitas e respondidas por todos durante o evento.
Como as reivindicações dos próprios agricultores, como melhores condições técnicas (teórico e prático), isto foi bem relembrado durante todo o evento. Eles ainda enfatizaram o fato de que tudo que se pensa de ruim, está no meio rural, as escolas estão sendo fechadas, e os grandes produtores? Há educação ambiental para eles também? Como o Plano de Educação Ambiental está sendo feito com os grandes produtores?
“Águas para a vida e não para a morte” – Judith (Atingidos por barragens)
Mas como estávamos em uma discussão, outros pontos foram levantados, como pesquisas que enfatizam que o pequeno produtor tem maior contribuição para a degradação ambiental, justamente por conta da pouca estrutura em educação ambiental, mas os próprios agricultores familiares se ofenderam com a justificativa… No qual eles mesmos defendem o pouco uso de agrotóxicos na agricultura familiar.
“Nossa formação não foi feita para a agricultura familiar e sim para contemplar a revolução verde, para trabalhar, tivemos que aprender com os agricultores” – Marta (SEAGRO/TO)
Foram feitas também contribuições para boas práticas na agricultura, como o cultivo de palmito juçara e a plantação de pimenta do reino em volta e o cultivo do capim exótico que morre ao ser plantado em locais com sombra (das árvores) no qual ele se torna ruim na margem dos rios, por não sustenta a terra e pode provocar erosões e assoreamento do rio. Além disto foi lembrado da importância de ir além da questão técnica, partindo para o campo político, sendo fator de transformação social. Ainda com a palavra os agricultores, foi lembrada a importância da regionalização das tecnologias, praticidade do tipo práticas sustentáveis simples, para os pequenos produtores, com o uso de biofertilizantes, diagnóstico participativo in loco, adubação verde, educação ambiental para o uso adequado do fogo, implantação do pagamento por serviços ambientais (PSA).
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Precisava de aprender mais sobre agricultura familiar,
Obrigado!