Como o desequilíbrio ambiental afeta os alimentos
A agricultura depende diretamente do meio ambiente e pode ser seriamente impactada quando ele não está em equilíbrio. O ecossistema é extremamente frágil e precisa estar em equilíbrio para que funcione corretamente, com a interação harmoniosa de todas as espécies.
Quando uma das espécies começa a registrar muitas mortes ocorre um efeito dominó, afetando as outras espécies, desequilibrando todas as reações e interferindo na cadeia alimentar.
Uma das maiores causadoras de desequilíbrio ambiental nos dias de hoje é a poluição. Não somente interferindo na qualidade do ar que respiramos, na água que bebemos e em nossa agricultura, a poluição afeta a sobrevivência das espécies, inclusive dos seres humanos.
Desequilíbrio por uso descontrolado de pesticidas
Por exemplo, quando existe uma aplicação sem controle de inseticidas numa plantação, além de matar as pragas que estavam danificando a lavoura, pode matar os insetos polinizadores. As abelhas, vespas, marimbondos e borboletas são essenciais para o crescimento das plantas e para o equilíbrio do ecossistema.
Sem esses animais, não teríamos mais colheitas. Isso porque, cerca de 75% da produção de alimentos do mundo depende diretamente da polinização destes insetos para dar frutos.
As espécies de insetos polinizadores já estão ameaçadas de extinção, por conta do uso desenfreado de agrotóxicos nas plantações, acabando com colmeias de abelhas e outras espécies. No Brasil, o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) investiga este caso para saber como o agrotóxico contamina as abelhas.
O que se sabe, por hora, é que a intoxicação faz com que a comunicação com a colmeia seja impedida, de forma que elas não retornem à colmeia, fazendo o enxame morrer. Além disso, o IBAMA começou a proibir a aplicação de agrotóxicos nas lavouras por meio aéreo, mesmo assim muitos produtores estão fora das leis, continuando com a prática.
O desequilíbrio ambiental e as mudanças climáticas afetam a produção de alimentos
O uso de agrotóxicos nas plantações é um dos maiores causadores de emissão de gases de efeito estufa na atmosfera, resultando em mudanças climáticas. Muitos pesquisadores preveem que o aquecimento global irá afetar radicalmente a produção de alimentos, principalmente hortaliças.
Então, o uso inconsciente destes produtos para aumentar a produção, acaba prejudicando os próprios produtores, além de prejudicar todo o planeta.
Só no Brasil, a Embrapa prevê que os impactos das mudanças climáticas causarão reduções de até 30% nas produções de trigo, mais de 15% na produção de milho e uma redução de áreas de até 95% em estados como São Paulo, Goiás e Minas Gerais.
Além disso, as mudanças climáticas também afetam a saúde, inclusive, dos trabalhadores que ficam expostos ao sol, como em áreas de agricultura, e poluentes. Só em 2017, o calor intenso causou R$ 153 bilhões de horas trabalhadas perdidas por conta de doenças.
Florestas são aliadas contra as mudanças climáticas
As florestas e os solos impedem que o gás carbônico chegue à atmosfera, aliviando as emissões de gases de efeito estufa. Os solos abertos, com capim baixo em abundância, também são fundamentais neste quesito. Além de ajudar na absorção de CO2, permite que o gado paste sem que seja necessário o corte das árvores.
Quanto maior o desmatamento destas terras para agricultura significa maior emissão de gás carbônico na atmosfera, contribuindo para o aquecimento global e os efeitos que já prevemos e estamos sentindo.
Em resumo, além de não utilizar os agrotóxicos, ou utilizá-los com consciência, o ideal é preservar as florestas e campos para que os efeitos não cheguem à agricultura, e aos nossos alimentos.
Por Andreia Silveira, editora no PlanodeSaude.net