Cultura, meio ambiente e suas interações
É com alegria que aceitei o convite de Daiane para ser colunista do #VivoVerde. A atividade de escrever sobre o que amo, o que admiro e me surpreende é um grande prazer. Sempre gostei muito de ler e o ato escrever veio para mim na adolescência, através de poemas e poesias inspiradas nas paixonites, depois em vontade de fazer música e depois as inspirações vinham em forma de roteiro, sonho incubado de fazer cinema. Inclusive, a primeira obra em roteiro foi feita em uma antiga máquina de escrever automática de papai.
O que quero dizer com essa pequena história da minha vida faz parte da minha decisão para vir aqui falar com vocês nessas breves linhas. Tudo o que escrevi sempre teve alguma motivação dentro de mim, causada por diversos motivos, mas sempre livres, jamais com data de publicação e prazo de entrega. Este vai ser o grande desafio nesta coluna, escrever regularmente sobre cultura. E não somente sobre cultura, mas também sua relação com o meio ambiente.
E vou logo bater a real, sempre discutiremos essa relação entre os dois temas, mas as vezes posso fazer algumas postagens que não estejam ligadas diretamente ao tema principal do site, o meio ambiente. Explicarei melhor porquê.
Cultura é um termo amplo, com várias interpretações que dependem da forma como é utilizado, poderíamos falar das definições pelos olhares gregos ou romanos, passar pela diferença entre povos, sentidos de nacionalidade, regionalidade, hábitos, características, línguas e, claro, as expressões artísticas.
São tamanhas as possibilidades que poderíamos fazer desse espaço um belo livro e não somente um post de um colunista palmense. Gosto de pensar o tema como define José Luiz Santos (p 38/37, 1987):
“Cultura é uma dimensão do processo social, da vida de uma sociedade. Não diz respeito apenas a um conjunto de práticas e concepções, como por exemplo se poderia dizer da arte. […] Cultura é uma construção histórica, seja como concepção, seja como dimensão do processo social. Ou seja, a cultura não é algo natural, não é uma decorrência de leis físicas ou biológicas. Ao contrário, a cultura é um produto coletivo da vida humana. […] Cultura é um território bem atual das lutas sociais por um destino melhor”
p. 38/37 SANTOS, José Luiz. O QUE E CULTURA?. São Paulo. Editora Brasiliense. 6° edição. 1987
Considerando então cultura como processo do coletivo da vida humana, que está ligada diretamente com sua relação com o outro, com o social, com a natureza, então falar sobre cultura é falar também sobre essa relação do homem com o seu meio, com o meio ambiente, afinal, tratamos de nós e do nosso lugar no mundo.
É certo também afirmar que nem todo produto artístico trata diretamente o meio ambiente como um tema, mas ele está indiretamente em todo lugar. Esta coluna será um local de troca de saberes, visões e experiências estéticas. Trataremos de visões dentro de diversos escopos, do patrimônio histórico aos grandes shows comerciais eventuais, da cultura popular ao mainstream. Conversaremos sobre as políticas públicas de cultura nas esferas municipais, estadual e federal, seus acertos, problemas e inoperâncias. Obviamente também falaremos dos impactos causados pela indústria cultural ao meio ambiente, assim como das atividades que desenvolvem a defesa do meio ambiente através de atividades culturais nas diversas linguagens.
Sejam bem-vindos, bora conversar? Vida longa ao Vivo Verde!! \o/
P.s.: Por volta de dez anos atrás o, infelizmente, finado Grupo Teatro Livre de Palmas trazia aos palcos de Palmas a adaptação de “Meu Cerrado, Cerradinho ”. Texto de Manuela Castelo Branco que foi premiado pelo Prêmio Mirian Muniz da Funarte – Ministério da Cultura, e nas temporadas das fotos abaixo foi dirigido por Sabrina Fittipaldi, estrelado por Leidiane Martins, Poliana Alves, Luciano Alves com música ao vivo executada por Veridiana Barreto, Wellington Peru Silva e esse que vos fala, Gabriel Deeaz. Direção de Produção de Marcelo Souza e produção executiva de Emiliane Passarini e cenário de Wertemberg Nunes. O espetáculo contava a história de três palhaços e suas aventuras no cerrado brasileiro, no final das sessões doamos todas as mudas que estavam em cena para o público, entre frutíferas e ipês. Uma grande celebração da cultura popular e do grande cerrado brasileiro. Aquele Abraço!
Podia ter um remake da peça Meu Cerrado, Cerradinho. Seria uma ótima forma de apresentar/ conscientizar a criançada sobre o cerrado . Parabéns Gabriel, pela bela postagem.