Uma festa ao guaraná e uma realização ao conhecer à Amazônia!
Resolvi começar o ano assim, com uma das partes boas do ano que se foi. O primeiro post de 2014 faz parte da realização de um sonho… Conhecer a Amazônia!
Sabe aquelas viagens que quando alguém te convida você fica sem acreditar? Claro que quando cai a ficha, você começa a imaginar milhares de coisas, chega na hora a sua surpresa é tanta que nada parece real, mas sempre tem alguém por perto para te lembrar que sim, aquilo ali está acontecendo, você está sendo privilegiada em estar ali, então APROVEITE! Foi assim que me senti na viagem à Maués/AM a convite da AmBev para conhecer a fábrica do Guaraná, os produtores rurais e a Festa do Guaraná!!!
A viagem já começou bem diferente, combinamos de nos encontrarmos em um ponto em comum no aeroporto de Manaus/AM, logo me sentei, percebi que logo encontraria toda a equipe e assim foi, fomos nos conhecendo ali mesmo. Nossa primeira atividade foi conhecer a #ArosucoAromas. Lá, tivemos instruções de segurança (algo que devo frisar, como recém formada em Eng. de Segurança do Trabalho, foi nítida a preocupação com a segurança dos trabalhadores em todas as áreas em que passamos, super sinalizada e com equipamentos de proteção individual em abundância, foi legal poder ver isto de perto) e uma breve conversa sobre o que iríamos conhecer.
Foi aí que tivemos o “primeiro contato” com as sementes de guaraná e com o xarope que é produzido com as sementes em Manaus/AM, uma das principais bases do refrigerante e que é enviado para 22 fábricas espalhadas pelo país. Esta visita foi bem rápida, mas bem informativa, logo fomos para o barco, em uma viagem de aproximadamente 12 horas de ida, até chegar em Maués/AM, considerada a cidade do guaraná! Durante 3 dias que ficamos às margens do Rio Maués–Açu, em um barco magnífico, o Iana II. O grupo também era especial, um grupo de jornalistas de vários grandes grupos reconhecidos em todo o Brasil e ainda o gerente de marketing do Guaraná, o Cleber Dantas Silva, no qual foi um prazer conhecer, não posso deixar de falar de minha companheira de quarto, a Amanda Munhoz, que é jornalista no Diário Gaúcho, ela foi uma querida amiga nestes dias de blogtrip.
Uma das surpresas que tive nesta viagem foi de fato o 34º Festival do Guaraná da cidade de Maués/AM, um evento magnífico, com direito a danças típicas amazonenses e encenações sobre as lendas da origem do fruto e também belíssimas mulheres com características indígenas em danças envolvidas em histórias do povo mauesense e amazônico, que deixavam todos encantados. O legal é como o povo de lá também admiram as apresentações, e às histórias do seu povo, foi inspirador. Ainda pudemos acompanhar o concurso da Rainha do Guaraná.
O guaraná é uma planta amazônica e sua história está envolta de mitos e lendas indígenas sobre a sua origem. O fato é que esses frutos de casca avermelhada, que quando madura parecem muitos com pequenos olhos, já era utilizada pelos índios há séculos por suas propriedades afrodisíacas, estimulantes físico e mental, e atualmente estudado por estar ligado a longevidade. – Via Eric Fernandes do Hypeness.
Tivemos a oportunidade de conhecer a Fazenda Santa Helena, foi aí que fui conhecer o fruto no pé, a fazenda é mantida pelo próprio Guaraná Antarctica/AmBev, sua produção do fruto é bem pouca, a maioria vem dos pequenos e médios produtores rurais da região. Tudo isto para manter a tradição e vínculo da cultura do guaraná junto aos ribeirinhos, achei bem legal isto, além disto há um aporte técnico a estes produtores, fornecendo insumos e orientação aos produtores baseado no Programa de Excelência do Guaraná. Em parceria com a Embrapa, ela pesquisa as variedades mais produtivas das plantas. Essas mudas são fornecidas aos produtores da região com o acompanhamento desde o plantio até a colheita dos frutos.
Parte do processo da produção do Guaraná Antarctica que chega às nossas mesas ainda é feito artesanalmente, como a colheita dos frutos, a lavagem e torrefação. Pudemos conhecer durante esta viagem as fazendas de alguns produtores rurais, todos muito simples, mas com um conhecimentos fora do comum, como é o caso da dona Tereza – foto abaixo), com uma integração ao meio ambiente que é de deixar até nós que somos profissionais da área ambiental de queixo caído.
Saiba como é o processo de produção do Guaraná Antarctica:
Depois do fruto colhido, descascado, lavado e por fim torrado, os grãos do guaraná seguem para a fábrica. No primeiro estágio do processamento industrial, os grãos que chegam dos produtores são armazenados. Depois, estes grãos saem do estoque para serem triturados. Em uma máquina com uma solução hidro-alcólica, é feito o extrato do que será o concentrado do guaraná. Este processo obedece a rigorosos padrões de qualidade.
Uma vez processado até a fabricação do concentrado, o produto segue para a fábrica da Arosuco em Manaus, onde são adicionados óleos essenciais, aromatizantes e essências para a fabricação do aroma de guaraná que será incorporado ao refrigerante.
Da sede da Arosuco em Manaus, saem dois produtos que são misturados pelas outras fábricas pelo país da seguinte maneira: o Kit A , que é uma parte líquida e o Kit B que é um sólido. A fórmula dessa mistura é altamente secreta, conhecida por apenas dois funcionários dentro da empresa. Estes dois guardiões, tem a sua identidade preservada, passam por um rigoroso treinamento e mantém o segredo da fórmula do Guaraná Antarctica guardado à sete chaves. Misturados os kits A e B,é adicionado o gás carbônico, que dá o efeito espumante a bebida. No processo final, o refrigerante é embalado em garrafas pet, vidro ou latinhas de alumínio e distribuído pelo Brasil afora.
E, depois de todo o processo, desde a origem na floresta de maior biodiversidade e a segunda cultura de maior importância de origem amazônica (a primeira é a borracha), o nosso tão apreciado guaraná segue para a linha de venda, nas lojas de conveniência, lanchonetes, supermercados, padarias e afins. Hoje já é comercializado em países como a França, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Inglaterra e Japão, ganhando apreciadores do sabor da floresta até do outro lado do mundo.
Para mim, foi uma grande honra poder ter conhecido mais um cantinho da região Norte, região esta que eu pude aprender a amar deste o dia que cheguei no Tocantins, aprendi também que não é só “um monte de mato ou um monte de índios“, ok! temos sim (ainda bem), e com orgulho de todas estas pessoas que ajudam a cultivar e a preservar nossos ecossistemas. A ambev me ajudou a concretizar um sonho, conhecer a Amazônia, só conhecia a teoria, estar em um lugar que por muito tempo foi conhecido como “pulmão do mundo” (claro que isto já foi desmistificado), e que trás em suas raízes a força de um povo, que pude ver com meus olhos a união e o reconhecimento de uma ligação inexplicável com a natureza, é difícil conseguir explicar tamanha satisfação… Obrigada a equipe Guaraná Antarctica!
Curiosidades sobre o Guaraná Antarctica:
- Apenas uma semente do fruto verdadeiro de guaraná rende o suficiente para sete latinhas de 350 ml do refrigerante da Antarctica, feito pela Ambev.
- São usados 20 mg de sementes de guaraná para cada 100 ml de refrigerante. “A empresa segue a legislação. Se tivesse mais do que essa quantidade [de sementes], o guaraná ia ser amargo demais e ninguém ia aguentar beber“
- A produção do fruto para o refrigerante demanda de 350 a 400 toneladas de sementes por ano para a Ambev, que compra quase todo o guaraná de que necessita na região de Maués (AM), a 356 km Manaus.
- A Ambev produz anualmente 1,6 bilhão de litros do refrigerante.
- O cultivo do guaraná envolve cerca de 2.000 pequenos produtores na região.
- No ano passado, um único produtor colheu 1.100 kg de sementes, que vendeu por R$ 22 o quilo.
- As árvores começam a dar frutos a partir do seu segundo ano de plantio, e devem ser substituídas após cerca de 20 anos.
- A Ambev produz 5% de suas necessidades de sementes em 1.070 hectares em Maués – como se trata de região de Floresta Amazônica, 80% da área é preservada e não pode ser utilizada para agricultura.
Segue mais fotos da viagem:
Fontes/Contribuição: André Cabette Fábio da Uol e Eric Fernandes do hypeness.
Viagem realizada a convite da Ambev.
Pingback: #BlogTripVV – Fui à Irlanda conhecer o processo de reciclagem dos cartuchos da HP e muito mais… – VivoVerde
Pingback: Terra do Guaraná – COISAS DA JU