Esverdear as urbes = abonar a vida
A sociedade humana destaca-se pela capacidade que possui de unir esforços e agregar-se social e economicamente ao redor de interesses. Vocês já notaram que há casos que em pouco tempo o homem consegue urbanizar grandes áreas. No entanto, também podemos citar casos que a sociedade parece estar inerte a respeito de temas que se enfrentados de frente poderia melhorar a qualidade de vida das populações.
Um desses temas é a necessidade de arborizar as áreas urbanas, ou seja, “esverdear” as cidades, afinal de contas o “verde” é sinônimo de vida.
O processo do êxodo rural que o Brasil viveu nas últimas décadas levou ao surgimento de áreas urbanas sem qualquer planejamento. Deve ficar claro, que não se trata somente da saída de milhões de pessoas do campo para as cidades, mas sim, da chegada às áreas periféricas para residir sem a infraestrutura adequada. Como bem demonstra muitos exemplos, nossas cidades, com o passar dos anos e por pressão eleitoral, parte desses espaços periféricos receberam água encanada, guias de sarjetas, asfalto, calçadas, galerias de águas fluviais, iluminação pública e até mesmo em muitas cidades a rede de esgoto.
Agora, vindo ao encontro de nosso tema, o que se observa, hoje, é que a arborização vem sendo deixada de lado. Existe uma selva de pedras nas cidades e sentimos na pele a aridez pela falta do verde. Inserir árvores nas cidades de forma planejada e adequada vem sendo um dos grandes desafios urbanos. A maioria da população parece não estar ciente da necessidade de recomposição de ambientes mais verdes nas cidades cinzentas, pois essa ação traria uma melhor qualidade de vida para seus habitantes.
Não por acaso, que fazemos a defesa dessa tese, já que a arborização traz benefícios, como: purificação do ar pela fixação de poeiras e gases tóxicos (pela reciclagem de gases através dos mecanismos fotossintéticos); melhoria do microclima da cidade (através da retenção da umidade do solo e do ar e pela geração de sombra – evitando que os raios solares incidam diretamente sobre as pessoas); redução na velocidade do vento (funcionando como uma barreira em caso de outras dessas grandes tempestades que vem assolando o Brasil); influência no balanço hídrico, favorecendo infiltração da água no solo e provocando evapo-transpiração mais lenta; abrigo à fauna, propiciando uma variedade maior de espécies, conseqüentemente influenciando positivamente para um maior equilíbrio das cadeias alimentares e diminuição de pragas e agentes vetores de doenças e até mesmo amortecimento de ruídos. Outro grande benefício é o aumento da umidade do ar. Uma árvore isolada pode transpirar, em média, 400 litros de água por dia, produzindo um efeito refrescante.
Temos que ser ambiciosos na busca do “esverdear” as urbes. Mas, que tal você começar arborizando a frente de sua casa ou o quintal com uma árvore frutífera. Nada melhor do que chupar uma fruta no pé!
Reflitam sobre o assunto e plante, já que só assim você ira colher sombra, frescor, verde, vida, flores e frutos! Para descontrair fechamos o artigo com um trecho da letra da música de Vanessa da Mata que diz o seguinte: “Quando um homem tem uma mangueira no quintal/Ele não é goiaba!”. Então… não seja goiaba, tenha uma mangueira no quintal!!
Por:
Júlia Gabriela V. B. de Melo: acadêmica de administração da UFMS – Campus de Três Lagoas (MS).
Marçal Rogério Rizzo: economista e professor da UFMS – Campus de Três Lagoas (MS).
Contato: marcalprofessor@yahoo.com.br
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