E o amianto volta a ser notícia
Eu não podia deixar esta matéria passar em branco (ou apenas disponibilizar no twitter), afinal o senhor Daniel Messac que é secretário extraordinário do Estado e deputado estadual licenciado, escreveu uma ótima matéria em sua coluna para o Diário da Manhã, intitulado – Caldeirão do desemprego e o amianto para Huck – se referindo ao pronunciamento do apresentador em seu programa, abaixo segue a matéria na integra.
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Um apresentador de televisão num programa em rede nacional, por alcançar os lares de milhões de pessoas nos mais diversos Estados, carrega nos ombros uma enorme responsabilidade sobre tudo aquilo que diz, informa, cria e divulga. Afinal, o público-telespectador acaba sendo influenciado, direta ou indiretamente, por suas manifestações e expressões. Como agente formador de opinião, a exemplo do médico cuja conduta serve de modelo aos seus pacientes, ele deve ter um cuidado todo especial sobre o que pronuncia, sob pena de contribuir para a desinformação, que pode assustar e até provocar confusão junto à população. É como se um profissional de saúde, que tem um papel fundamental, por exemplo, na prevenção e cessação do tabagismo principal causa de morte evitável no mundo , de repente, passasse a apontar benefícios no fumo e fazer uso habitual do tabaco dentro do consultório.
Todo profissional de TV merece ser respeitado e valorizado pela sociedade. Porém, tanto melhor que ele utilize a sua influência e voz pública para representar com dignidade e honestidade o pensamento e os desejos da população. Isto significa usar a mídia de forma consciente, buscando sempre a verdade e nunca tornar-se refém de uma armação, no jogo irresponsável do vale-tudo pela audiência e da autopromoção a qualquer preço.
É espantoso, dentro desta concepção, que o caro apresentador Luciano, do programa Caldeirão do Huck, exibido pela TV Globo, abra o seu microfone para atacar sem conhecimento de causa o uso do amianto crisotila, tentando associá-lo a algo pernicioso à saúde.
Em recente edição do seu programa, após a entrega do prêmio reforma da casa própria a uma família escolhida dentro da promoção Lar Doce Lar, ele destacou que aquela iniciativa é patrocinada por uma certa multinacional a mesma que investe pesado pelo banimento do minério extraído damina de Cana Brava em Minaçu e passou a enaltecê-la. Afirmou que ela só fabrica telhas ecologicamente corretas, sem o uso do amianto, que, conforme deixou evidenciado em suas palavras faz mal à saúde.
Este episódio, para melhor compreensão do ilustre apresentador e da audiência do seu programa em todo o País, ocorre justamente quando está em ação uma campanha feroz do lobby das fibras sintéticas, financiada por um grupo francês. Esse conglomerado estrangeiro, desde que adotou a fibra sintética, muito mais cara e nociva à saúde, no fim dos anos 1990, passou a operar no vermelho. Os seus custos subiram assustadoramente sem que os preços pudessem acompanhá-los, mesmo depois de muito investimento em tecnologia. Sem condições de concorrer em pé de igualdade, os grandes fabricantes de fibras sintéticas, que têm a sua matriz na França, agora querem de qualquer maneira banir do mercado o concorrente brasileiro.
Data vênia, os telespectadores da Globo e de todas as demais redes de emissoras têm o direito de serem informados e não desinformados sobre um assunto tão sério, que envolve uma vasta cadeia produtiva, responsável pela geração de 60 mil empregos diretos.
Em Minaçu, onde está a maior mina de crisotila da América Latina e que eu desafio o Luciano Huck a conhecer para depois se atrever a comentar sobre o amianto, a produção é de 25 mil toneladas por mês suficiente para produzir 3 milhões de caixas-dágua e emprega, diretamente, 899 pessoas. Desinformar é o mesmo que jogar milhares de pais de famílias no caldeirão infernal do desemprego.
Não se pode dizer em sã consciência, que o uso controlado do crisotila seja prejudicial, pois, verdadeiramente, inexistentem estudos comprovando o suposto perigo do amianto crisotila. Os atuais processos produtivos, avançados e rigorosamente inspecionados, eliminam os riscos. As pesquisas mais recentes são unânimes na conclusão de que, desde que usado de forma responsável, não há como esse minério fazer mal à saúde, especialmente do consumidor final.
Saiba, nobre apresentador, que se existissem problemas com o consumidor final, teríamos uma verdadeira epidemia no Brasil, exatamente porque mais de 50% dos telhados brasileiros são cobertos com telhas amiantadas, que é um produto tipicamente destinado para a população de menor poder aquisitivo.
É uma falácia alguém dizer que o amianto provoca mal à saúde de usuários de telhas ou caixas-dágua feitos com a fibra. A rigor, no produto final, há apenas 8% de amianto amalgamado ao cimento. O que deve ser informado aos telespectadores do Caldeirão, interessados em saber a verdade, é que não existe, na literatura médica mundial, casos de pessoas que tenham desenvolvido alguma doença associada ao amianto em razão do uso de produtos feitos com a fibra. Mesmo que as telhas do crisotila sejam serradas, quebradas ou trituradas, elas não oferecem nenhum risco à saúde.
Não tem cabimento, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária recomendar às empresas de comunicação que deixem de veicular uma campanha do Instituto Brasileiro do Crisotila em defesa do uso do controlado do minério, enquanto faz vistas grossas a um merchandising agressivo e inverídico, em pleno horário nobre em rede nacional de televisão.
Sugiro, a propósito, que essa flagrante incoerência seja avaliada pela Câmara Municipal de Minaçu, Assembleia Legislativa do Estado, bancada federal de Goiás e demais autoridades e entidades defensoras da verdade sobre essa matéria.
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Recebi esta matéria via comentário do Robson na coluna Contagem Regressiva Para o Fim do Mundo do Blog Suspensa.info.
Pingback: Eng. Daiane Santana
Quanto mais se cutuca fabricantes de amianto, mais aparece sujeira. E com gente grande envolvida ainda por cima. Infelizmente é só mais uma desse país…
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Pingback: Fábio A. E. Mello
Não é que faz mal pro usuário final. Faz sim pro empregado da fábrica de telhas de amianto e especialmente se não usarem equipamentos de proteção para não respirarem o pó. Se o enfoque do Luciano Huck fosse esse…
MAS SENDO CONTROLADO …. NEM ISTO CAUSA *.*
Fala serio casos comprovado que milhares de pessoas foram e são afetados pelo amianto,na tv e internet e programas cinetifico, e que não existe amianto ecologicamente correto.