A tecnologia que veio para ficar

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Júlio Câmara me chamou para escrever sobre “tecnologia verde” ou simplesmente greentech (como ele me apresentou), e foi um prazer aceitar o convite. Confesso que não sou a geek do ano, mas tenho lá as minhas curiosidades e principalmente o conhecimento da área ambiental.

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Imagem via flickr

Vamos ao que realmente interessa, dias atrás recebi via twitter a notícia de que a empresa Samsung estaria destinando mais de 4 (quatro) bilhões de dólares em pesquisas e desenvolvimento de tecnologias ecologicamente corretas (projetos verdes). Sabe-se hoje da grande importância que é a responsabilidade socio-ambiental, e as empresas são as maiores interessadas desta área, afinal quando se ouve falar em empresas que trabalham voltadas para a preocupação ambiental, já mostra uma outra cara (pode ser jogadas de marketing? Claro que pode), de empresa que não está apenas preocupada com os lucros mas também com a nossa casa, o planeta (bonito não é? .. para mim ainda resulta em LUCRO).

No mais, pelo menos estão fazendo algo! É o caso da coleta de baterias, carcaças de celulares e pilhas, a maioria das empresas de telefonia estão aderindo, muitos veem como benefício próprio para a empresa, mas é bom lembrar que desde que elas estejão dando um destino correto, é melhor do que ficar com aquele material em casa (mas isto é uma conversa para uma outra hora).

O objetivo da Samsung foi bem evidente, transformar-se na empresa líder neste setor em um prazo de quatro anos. Com a ideia de diminuir em 50% as emissões de gases poluentes nas instalações produtivas da empresa, além de até 2013 reduzir em 84 milhões de toneladas as emissões indiretas causadas por seus produtos, além da diminuição do consumo de energia em seus produtos. A iniciativa é boa e esta é uma tendência que as empresas estão aderindo facilmente com maneiras estratégicas e eficientes. É a chegada do TI Verde “Tecnologia da Informação Verde” ou “Tecnologia Inteligente e verdadeira”.

O que seria este TI Verde?

Segundo Pablo Hess (editor da Linux Magazine e Easy Linux), são as preocupações ambientais e necessidades de executivos e gestores de tecnologia da informação, abranger tópicos tais como a eficiência energética, redução e eliminação de materiais perigosos e gestão de ativos, é um conjunto de práticas para tornar mais sustentável e menos prejudicial o uso da computação. As práticas da TI verde buscam reduzir o desperdício e aumentar a eficiência de todos os processos e fenômenos relacionados à operação desses computadores “no meio do caminho”.

Como exemplo mais palpável é a redução do consumo de energia. Hoje, os microprocessadores realizam mais operações gastando menos eletricidade do que faziam há quatro anos. Com essa redução do consumo, diminui também o calor gerado por essas máquinas.

Imagine um data center, um grande salão com centenas de computadores, desperdiçando alguns Watts de eletricidade sob a forma de calor. Esse calor precisa ser resfriado por um sistema de ar-condicionado, que por sua vez também gasta muita energia. Diminua o calor gerado por máquina e os gastos com resfriamento também caem significativamente. São duas economias de uma só vez.

Em relação à fabricação de computadores, já existem vários modelos à venda que alegam não utilizar metais pesados em sua fabricação ( se não me engano, o MacBook Pro) . Os fabricantes mais antenados estão abandonando os plásticos e metais em troca de materiais naturais: há modelos de laptops com gabinete feito de fibras de bambu e madeira, por exemplo.

E por último, o software também participa disso. Os programas tem avançado significativamente em relação à otimização do processamento, de forma a realizar menos operações para efetuar cada tarefa, ou simplesmente realizá-las todas de uma vez para manter o processador em modo de economia de energia por mais tempo. Os softwares desenvolvidos de forma colaborativa, chamados de softwares livres, naturais ou orgânicos, têm crescido constantemente, e são a última palavra em otimização.

Não há dúvidas que a TI com foco no hardware tem muito a contribuir com o meio ambiente, mas não esqueçamos que a Sustentabilidade não é só meio ambiente e é aí que está o maior desafio para a TI.

Fonte: HSM Online/Olhar Digital.

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Matéria publicanda no meu novo projeto, o EcoZilla, por convite de Júlio Câmara do Blog TecnoZilla, além deste escrevo matérias de cunho ambiental, escrevo para o Gnight e na coluna “Contagem regressiva para o fim do mundo”, no Blog Suspensa. Siga-nos no Twitter do EcoZilla.

Daiane Santana

Daiane Santana é a idealizadora do Portal VivoVerde, nasceu em Minaçu/GO e atualmente reside em Parauapebas-PA e há 15 anos escrevo neste site. Sou formada em Engenharia Ambiental, pela UFT – Universidade Federal do Tocantins, pós-graduada em Gestão de Recursos Hídricos e Engenharia de Segurança do Trabalho. Atuo como consultora, ministro treinamentos nas áreas de meio ambiente, segurança do trabalho quando dá tempo. Contato: portalvivoverde@gmail.com | Twitter - @VivoVerde | Instagram: @DaianeVV | 063999990294

9 thoughts on “A tecnologia que veio para ficar

  • Pingback: Eng. Daiane Santana

  • 28 de julho de 2009 em 11:32
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    Novo Site! Visitando o site do Vivo Verde! por Daiane Santana!

    Andei sumido por uns tempos… mas já estou de volta e vou acompanhar o site! Já linkei la no blog!

    Abraços e viva o verde sempre.

    ;*

  • 28 de julho de 2009 em 15:03
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    Sempre fico com o pé muito atrás de toda e qualquer “tecnologia verde”.
    Principalmente porque todas elas tem um unico e claro objetivo.. estimular mais e mais o consumo!
    Se pararmos para refletir, será que vale a pena trocar o meu computador/celular qu consomem um pouco mais de energia mas funcionam perfeitamente por um “eco”?

    Ao invés de vangloriar esse tipo de atitude das empresas capitalistas, devemos como educadores estimular o consumo consciente, e exigir produtos mais duráveis e de melhor rendimento.

    Não me espantaria em saber que os novos parelhor eletrônicos da Sansung não se preocupam nem um pouco com a durabilidade de seus produtos (aliás se preocupam sim, devem ser projetados para durarem bem pouco). E irão continuar a estimular a troca semestral de produto de acordo com a moda!

    Só é verde porque está na moda! E será até quando?

  • 28 de julho de 2009 em 15:12
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    Eu nem concordo “plenamente” com isto …. acho que não dá para ser hipócrita (nao me refiro a vc Davi) ao ponto de esconder uma prática que é de todos…. a maioria das pessoas querem trocar seus equipamento por melhores… isto é natural. Acho que a abordagem correta seria dos destinos finais e de reciclagem … isto sim… faria com que o ciclo se fechasse …

    Tanto que comentarei sobre isto …. depois…!!

  • 29 de julho de 2009 em 1:07
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    Concordo com o Davi, os ultimos cels que tive duraram 1 ano em bom funcionamento, posso trocar de aparelho anualmente, decidi ficar com o meu atual o máximo de tempo possível e este tem durado, tb pq tenho cuidado melhor, é claro que queremos máquinas mais eficientes, mas acho que também não devemos nos ser levados pela moda o comprar pq é verde… devemos usar o máximo de tempo possível, fazer bom uso e manutenção e quando não ter outro jeito, encaminhar para reciclagem e comprar outro equipamento, estou fazendo meu note durar, é claro que quero um melhor e menor para facilitar minha vida, mas tenho retardado a nova compra e dar um destino correto ao meu atual, neste sentido concordo com vc!!! Fechar o ciclo!

  • 29 de julho de 2009 em 1:29
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    E aí, mocinha!
    Você viu aquele e-mail que te mandei sobre os “carros verdes”?
    E valeu pelo elogio ao “Plastic or Paper”!

    Bjs.

  • 29 de julho de 2009 em 2:14
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    Só uma ressalva sobre reciclagem galera..
    É complicado “fechar o ciclo” como vocês vem dizendo..

    A gente não pode deixar de levar em conta que para cada “saco de lixo” que chega em nossas casas 70 outros são produzidos durante o processo de fabricação. Além do que nem todo material que chega pode ser reciclado também.

    O que quero dizer é que mesmo se reciclarmos tudo que comprarmos.. não será suficiente..

    A grande importancia da reciclagem é se aliar a um porcesso de produção verde (onde um dos aspectos são sim os produtos verdes..), e de consumo consciente afim de reduzir a pressão sobre as fontes de recursos do planeta.

    Meu ponto de vista..

  • Pingback: mano el a.k.a.Heitor

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