Por que a COP15 pode ser um desastre?
Está começando (de 07 a 18 de dezembro) em Copenhague a COP15, Convenção do Clima organizada pelas Nações Unidas para discutir o aquecimento global e estabelecer regras para combatê-lo. O Protocolo de Kioto, assinado em 1997, estabelecia regras validas até 2012. Contudo, agora serão discutidas novas metas para a redução da emissão de gases de efeito estufa (especialmente o dióxido de carbono, ou CO2) a serem cumpridas a partir de 2013 ou 2014.
Participarão do encontro ministros do meio ambiente e representantes dos 192 países signatários da Convenção Marco sobre Mudança Climática (UNFCCC), além de autoridades da ONU, presidentes, diplomatas e jornalistas.
O objetivo do encontro é obter o comprometimento dos países com a redução de 25 a 40% das emissões até 2020 – níveis mais ousados que os do Protocolo de Kioto, que previam reduções de 5% apenas dos países desenvolvidos (Índia e Brasil, por exemplo, não eram obrigados). O sucesso das negociações depende da participação e o comprometimento dos Estados Unidos, segundo maior poluidor do mundo.
Os países com maiores emissões de CO2 são, em ordem decrescente: China, EUA, Rússia, Índia, Japão, Alemanha, Canadá, Grã-Bretanha, Coréia do Sul e Irã. O Brasil está em 17º lugar na lista.
Mas quando se trata de aquecimento global, as decisões não podem ser tomadas como se fosse um problema político, ou seja, pequenas mudanças a longo prazo. O adversário desta vez não são outros países, os partidos de oposição, problemas econômicos, inflação, recessão, nada disso. O adversário é a Física.
Há dois anos a equipe de James Hansen na NASA anunciou que existe um ponto crucial no problema do aquecimento global: Qualquer valor de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera maior que 350 partes por milhão não é compatível “com o planeta onde a civilização desenvolveu-se e para o qual a vida está adaptada”. Esse ponto crucial não mudará: após ser atingido as consequências previstas (aumento de temperaturas, derretimento da calota polar, aumento do nível do mar, etc.) começarão a acontecer.
A física não impõe apenas o ponto crucial, mas também um limite de tempo. A cada ano que não fizermos nada a respeito, o problema ficará muito pior e poderá tornar-se insolúvel – com o derretimento das calotas polares os níveis de metano na atmosfera tornarão impossível voltar à zona de segurança. Mesmo que americanos e chineses proibissem todos os automóveis e fábricas de funcionar, seria tarde demais.
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