A crise da água primeiro, é de caráter
A crise da água primeiro, é de caráter
Chamada de “Ouro do século XXI”, nossa querida água presente em cerca de 70% do corpo humano (portanto, necessita diariamente de muita absorção desse precioso líquido) está cada dia mais cara!
E não é para menos.
Principalmente nas épocas mais quentes (que estão se tornando cada dia mais longas e mais quentes) quando o consumo quase que dobra (em alguns casos, triplica), é que a “cobra costuma fumar”.
Alie-se a isto o crescimento desordenado da população mundial, que obviamente, consume e consumirá cada vez mais água, a conta fica simples: 2 bilhões e meio dos 7 bilhões de habitantes do planeta já tem algum tipo de problema relacionado à escassez de água. Destes, 1,2 bilhões não tem ou já tem dificuldade para adquirir água potável. Aí vem as doenças, epidemias, deslocamentos desordenados, guerra por território e mais uma leva de mazelas provocadas por estas, formando uma reação em cadeia que ninguém sabe onde vai dar.
Só se sabe que não vai ser nada bom.
O que o homosapiens não entende, ou melhor, finge não entender, é que existe um tempo hábil necessário para que as nascentes, aquíferos ou qualquer “estoque” de água terrestre se recomponham de maneira a não afetar o equilíbrio da natureza e consequentemente, o abastecimento humano.
Como este “ser” é “muito inteligente”, em nome de sua ganância incontrolável e briga eterna por dinheiro e poder, não está permitindo que isto aconteça. Os governos que só pensam 24 horas por dia em reeleição, nada ou pouco fazem para amenizar o drástico futuro que poderá vir mais rápido do que muitos pensam.
Segundo a ONU, uma região pode ser considerada em estado de “estresse hídrico” quando o fornecimento de água anual fica abaixo de 1.700 metros cúbicos por ser humano.
Acontece que muitas áreas já estão fornecendo menos de 1.000 metros cúbicos por pessoa/ano o que já é considerado escassez de água.
Um outro problema causado pelo desenfreado e desordenado consumo da água é que tem muita água boa onde não existe ninguém e escassez nas áreas povoadas. Com isso o custo de captação só aumenta e fica cada vez mais caro beber água. Sendo assim as populações mais pobres já estão pagando o pato desta conta que é de todos, principalmente dos poderosos grupos que defendem com unhas e dentes apenas seus próprios interesses.
As grandes represas também podem ser um problemão.
Claro que desde que o mundo é mundo povos represam e desviam água de acordo com suas necessidades. Esse não é o problema. O problema está na quantidade gigante que se faz isso hoje.
Segundo dados da Super Interessante em 1950 existiam apenas 5 mil grandes represas e hoje são mais de 40 mil!
Nossa!
Imagine o impacto negativo gerado na natureza um volume enorme assim?
Quando se bloqueia água em determinado ponto, quem está abaixo daquele ponto é que sofre com as consequências. Se esta ação é feita sem planejamento ou mesmo que se perca o controle futuramente (o que está acontecendo agora) os impactos podem ser irreparáveis como já é em muitos casos.
Vem junto disputas (guerras mesmo) por água entre as nações. Estima-se que são mais de 500 conflitos no mundo hoje por este motivo.
As chuvas grandes responsáveis pela reposição do sistemas hídricos se tornaram escassas agravando ainda mais a situação. Muitos defendem que o desmatamento tem boa parcela de culpa na baixa pluvial.
O Greenpeace é um deles, que diz em seus sítios Liga das Florestas e Desmatamento Zero:
“As florestas são fundamentais para assegurar o equilíbrio do clima, a conservação da biodiversidade e o sustento de milhões de pessoas que dela dependem diretamente para sobreviver. No Brasil elas são responsáveis por grande parte das chuvas que irrigam nossas plantações e que abastecem nossos reservatórios de água…”
“Maior vetor do desmatamento na região, a pecuária vem tomando conta da Amazônia. O que antes era floresta passou a ser capim, e hoje 80% das áreas degradadas já viraram pasto. Os bois fazem a festa. Depois da farra, boa parte da terra utilizada é abandonada. Sem recuperar os nutrientes perdidos, o solo torna-se improdutivo e novas áreas são desmatadas para abrigar os rebanhos extensos e famintos…”
Ainda segundo eles, uma área equivalente à dos estados Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro somadas, foi desmatada, consumindo mais de 720.000 quilômetros quadrados em 50 anos.
Pode????
A crise na verdade, é de caráter!
Quando é que vamos aprender de uma vez por todas que se não cuidarmos do nosso “quintal” sucumbiremos em cima dele rapidamente?
Para que não sejamos extintos, fica o alerta para que todos sejamos eternos vigilantes nesta questão em todos os aspectos, políticos ou econômicos, visando garantir o mínimo à nossa sobrevivência e de outras gerações que estão por vir.
Grande abraço!
Imagens não nomeadas: Greenpeace