Cigarrinhas-das-pastagens infestam o Tocantins e acabam morrendo por aqui

É assim mesmo, achei que estas “quase borboletinhas” estavam vindo morrer em Palmas/TO excepcionalmente, mas me enganei, ao andar por cidades do interior do Estado pude perceber que isto não é um “privilégio” só dos palmenses… Com tantas destas por aqui, resolvi ler um pouco mais sobre elas e principalmente descobrir o porque elas veem morrer aqui.

 

Encontrei esta aqui do meu lado a pouco, ela já estava quase morrendo…

 

Ontem pela manhã a cena que vi no corredor logo que cheguei no trabalho foi esta:

Cigarrinhas das pastagens mortas no corredor do Naturatins

Encontrei dois artigos bem legais que falam de como manejar e como controlar estas infestações. Existem vários espécies de cigarrinhas-das-pastagens, como estas que infestam pastagens de cana-de-açúcar:

Espécies de cigarrinhas-das-pastagens que infestam pastagem e cana-de-açúcar. Fonte: Gallo et al. (2002)

 

 

As cigarrinhas são consideradas pragas-chave em gramíneas forrageiras no Brasil causando a “queima” das pastagens. Entre as forrageiras mais susceptíveis está a Brachiaria decumbens, porém nos últimos anos, ataques da cigarrinha em pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu (Braquiarão) foram registrados nos estados de Mato Grosso, Goiás, Tocantins e Pará, preocupando ainda mais os pecuaristas. Altas infestações desses insetos tem influência direta na qualidade das gramíneas e redução drástica dá capacidade de suporte das mesmas.

 

A que temos por aqui  é de cor mais clara, mas não sei o nome científico. As cigarrinhas causam dois tipos de danos às forrageiras. Primeiramente, quando o solo é fraco, com baixa retenção de umidade e sob superpastejo, as ninfas (formas jovens), sugando constantemente a seiva, causam um amarelecimento que começa pela base, até se estender a toda planta. O segundo tipo de dano é causado pela cigarrinha adulta, que se alimenta nas partes verdes e nas poucas brotações da planta, causando uma fitotoxicidade que varia entre as espécies de gramíneas utilizadas nas pastagens. Esta fitotoxicidade promove redução nos teores de proteína bruta, ácidos graxos e minerais, com conseqüente queda na qualidade nutricional da forragem.

Para o controle do complexo de cigarrinhas recomenda-se o Manejo Integrado de Pragas (MIP) utilizando-se da consorciação de vários métodos: controle biológico, resistência de plantas, controle cultural e em último caso o controle químico.

O que achei mais interessante foi o controle de manejo das pastagens diferentes ao longo do ano. Por exemplo, em solos de boa fertilidade pode-se rebaixar o pasto no final do período seco e início das primeiras chuvas, fase esta já com condições favoráveis para que os ovos saiam do período de quiescência e apareçam as primeiras ninfas. A incidência da luz solar reduz a sobrevivência da ninfa, logo o ciclo de vida das cigarrinhas será quebrado. Já durante as águas deve-se adotar um manejo com um resíduo pós pastejo mais alto, desta forma os fungos encontrarão um ambiente favorável ao seu desenvolvimento favorecendo assim o controle biológico.

A ocorrência das cigarrinhas-das-pastagens e seu comportamento estão diretamenterelacionados a fatores climáticos, tais como: elevada precipitação, umidade relativa do ar e temperatura. Os surtos populacionais como o que ocorre neste período por aqui das cigarrinhas ocorrem em função das estações climáticas, as quais variam de acordo com as diferentes regiões do país. Alta precipitação pluvial aliada à alta temperatura são condições que propiciam a explosão populacional da praga, condições comuns no último trimestre do ano. Porém a baixa umidade acaba sendo um fator contrário a estes indivíduos.

 

Além do calor, as cigarrinhas dependem, para o seu desenvolvimento, de muita umidade. Isto é facilmente notado, uma vez que as ninfas, geralmente localizadas na base das plantas, vivem no interior de massas de espuma secretadas pelas mesmas.

 

O ciclo das cigarrinhas gira em torno de 58 dias (período de incubação: 15 dias, período de ninfa: 40 dias e pré-oviposição: 3 dias).

Bom, eu considerei depois de ler estes artigos que este deve ser um fator para que elas venham morrer aqui, o que me deixou um pouco confusa é o fato de que estamos no período de estiagem (chegamos a mais de 85 dias sem chuva), provavelmente elas já estão na fase adulta, sendo assim, começaram a voar por aí bem no finalzinho das  chuvas…

Bom, isto foi o que deu para perceber, não conheço afundo sobre estas espécies, seria bom uma bióloga falando sobre, mas minha curiosidade foi maior (rs). Caso você saiba de algo mais, ou caso eu tenha dito algo errado, por favor, comente, vamos abrir a discussão, que é sempre muito bem vinda.

PS: Mas que dá um dó ver todas morrendo, dá!

Fonte: Rehagro e Bellman

Daiane Santana

Daiane Santana é a idealizadora do Portal VivoVerde, nasceu em Minaçu/GO e atualmente reside em Parauapebas-PA e há 15 anos escrevo neste site. Sou formada em Engenharia Ambiental, pela UFT – Universidade Federal do Tocantins, pós-graduada em Gestão de Recursos Hídricos e Engenharia de Segurança do Trabalho. Atuo como consultora, ministro treinamentos nas áreas de meio ambiente, segurança do trabalho quando dá tempo. Contato: portalvivoverde@gmail.com | Twitter - @VivoVerde | Instagram: @DaianeVV | 063999990294

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