Jogos que tratam da biodiversidade estimulam aprendizado nas escolas
Colégios particulares do DF inserem na lista de material escolar jogos produzidos por bióloga brasiliense. A partir do trabalho de popularização da ciência, autora quer estender diversão às escolas públicas.
A volta às aulas sempre desperta curiosidade e expectativa, tanto nos baixinhos, quanto em seus pais a cerca dos livros e materiais escolares que serão usados no ano letivo. Para fugir dos métodos convencionais de ensino e despertar ainda mais o interesse dos alunos pelos estudos, alguns colégios particulares do Distrito Federal têm apostado na inserção dos jogos “biolúdicos”. As cartas de baralho com figuras de animais, charadas e livros repletos de curiosidades e passatempos são de autoria da bióloga Nurit Bensusan, que trabalha com a popularização da ciência e conservação de áreas protegidas. Autora busca apoio para estender diversão às escolas públicas.
O acesso aos jogos e livros infantis que abordam de maneira divertida e instigante temas e curiosidades sobre os seres vivos e a sustentabilidade, hoje, tornou-se acessível no mercado, por meio da Biolúdica, marca lançada por Nurit Bensusan em 2010. Referências culturais como Franz Kafka e Pablo Neruda são alguns dos exemplos que permeiam o imaginário de crianças e adolescentes entre os cinco baralhos de cartas e três livros infanto-juvenis que trazem ainda personagens da mitologia grega. Entre as novidades assinadas pela também doutora em Educação e mestre em Ecologia, está o livro-jogo Labirintos – Parques Nacionais e os jogos Metamorfuts (que trata da sequência de vida dos animais) e PET, o desafio (super heróis animais que combatem ameaças ambientais e tecnológicas).
De acordo com a bióloga, divertir as crianças e ensinar simultaneamente é um desafio. “Os jogos são uma maneira de as crianças aprenderem sem se darem conta”, explica ela, que encontrou no filho, Ariê, inspiração para a ideia. “Comecei a procurar jogos interessantes para ele, e notei que no Brasil existe uma carência de jogos atraentes e que ao mesmo tempo promovam o conhecimento. Como eu já trabalhava com divulgação científica para adultos, pensei em desenvolver jogos instigantes e divertidos com temas biológicos”, conta Nurit, que sonha em estender a diversão às escolas públicas.
Facilitador do conhecimento
Instigar e divertir os alunos foram justamente os motivos que levaram o colégio INEI a incorporar o jogo Tsunami (que trata das ameaças ao meio ambiente) e Bioquê? (com charadas sobre os animais) à sua lista de materiais paradidáticos. Segundo avaliação da diretora pedagógica da instituição, Gicelene Rodrigues, além de exercitar a imaginação e a criatividade dos alunos, o jogos despertam o interesse das crianças pelo conhecimento e fazem com que conceitos sejam aprendidos e aplicados de maneira natural. “Por terem sido concebidos sem a intenção didática, eles possuem aspectos lúdicos que encantam e despertam a atenção do aluno de maneira prazerosa, por isso a utilização desses materiais é fundamental para uma aprendizagem significativa”, afirma a psicopedagoga e especialista em alfabetização e letramento.
Gicelene ressalta que a atual facilidade de acesso à informação exige que os professores desenvolvam em seus alunos a capacidade de gerenciar e filtrar tanta informação, e é nesse aspecto que os jogos se tornam grandes aliados. “O uso de materiais paralelos só ajuda na construção do conhecimento, às vezes o que parece perda de tempo é o momento mais significativo do dia. As brincadeiras desenvolvem o raciocínio, a busca de estratégias, a imaginação e outras habilidades”, conta.
Outro colégio que resolveu apostar no trabalho da Biolúdica esse ano foi o colégio Objetivo, incluindo o livro-jogo Labirintos – Parques Nacionais em sua lista de materiais para a turma do 7º ano, em toda sua rede de ensino. Os materiais podem ser encontrados na Livraria Cultura, no Café Ernesto (115 sul), no Café Objeto Encontrado (102 norte) ou encomendados pelo site www.bioludica.com.br.
Foto: Emília Silberstein / UNB Agência