Monogamia e poligamia entre os animais, tudo uma questão de genética

por editorialbow2

Para várias espécies, a monogamia tem algumas vantagens que vão desde a estabilidade até a certeza de ter com quem dividir a proteção dos filhotes. Mas por que alguns animais são fiéis aos seus parceiros e outros não?

Um estudo recente realizado pela Universidade do Texas pode ser a primeira pista da ciência para explicar a origem da monogamia – ou a falta dela. Uma análise realizada entre 10 vertebrados, entre eles rãs, roedores, peixes e pássaros, sugeriu existir um padrão entre as espécies monogâmicas.

Os pesquisadores descobriram que certos conjuntos de genes eram mais propensos a serem “transformados” ou “rejeitados” nesses animais do que nas espécies não monogâmicas. Segundo os cientistas, essa alteração pode ter transformado animais não monogâmicos em monogâmicos ao longo da evolução.

″É bastante surpreendente. Isso sugere que há uma espécie de estratégia genômica para se tornar monogâmico que a evolução utilizou repetidamente”.


Hopi Hoekstra, biólogo da Universidade de Harvard, em entrevista à revista acadêmica Science Mag.

O conceito de monogamia adotado pelos pesquisadores abarcou casais de animais que permaneciam juntos por, pelo menos, uma temporada de acasalamento. Eles também dividiam a proteção do território e a criação dos filhotes. Para os pesquisadores, espécies que ocasionalmente se envolviam com outros parceiros ainda eram consideradas monogâmicas.

“O nosso estudo abrange 450 milhões de anos de evolução, quando todas essas espécies compartilhavam um ancestral em comum”.

Bióloga Rebecca Young, uma das autoras do artigo, ao Science Daily.

Origem da monogamia

Os pesquisadores estudaram cinco pares de espécies – quatro mamíferos, dois pássaros, dois sapos e dois peixes. Em cada grupo havia animais monogâmicos e não monogâmicos. A partir dessa análise, os cientistas puderam comparar e determinar quais mudanças genéticas ocorreram em cada uma das transições evolutivas. Apesar de a monogamia ser um comportamento complexo, eles descobriram a repetição das expressões genéticas.

O estudo sugere, então, que há um certo padrão em comportamentos que podem ser percebidos a partir de como os genes são expressos no cérebro. “A maior parte das pessoas não esperaria que, ao longo de 450 milhões de anos, as transformações desses comportamentos complexos acontecessem da mesma maneira”, explica Young.

Os seres humanos também optam frequentemente pela monogamia, embora essa escolha seja influenciada por um complexo conjunto de razões sociais, culturais e econômicas. Será, então, que compartilhamos de alguma forma do mesmo padrão genético dos peixes, pássaros e sapos? De acordo com os pesquisadores, ainda é cedo para afirmar isso. Porém, espera-se que os estudos recentes possam ajudar a entender melhor os relacionamentos – exclusivos ou não.

Animais poligâmicos

A poligamia é um hábito pelo qual um indivíduo tem vários parceiros ao mesmo tempo. Na maioria dos casos, é um macho com um “harém” de fêmeas, embora às vezes o oposto também ocorra. Preste atenção a esses animais poligâmicos:

Demônio-da-Tasmânia

Ele ficou famoso por um desenho animado da Warner Bros., mas este animal endêmico da ilha da Tasmânia  existe e seus hábitos reprodutivos são curiosos. Primeiro, os machos lutam uns com os outros pelas fêmeas e, uma vez que “ganham”, devem vigiar suas parceiras para evitar a “infidelidade feminina”.

Isso ocorre porque as fêmeas podem ovular três vezes na mesma estação e acasalar com vários machos nesse período. Após uma gestação de três semanas, dá à luz vários filhotes rosados ​​e pelados, dos quais apenas quatro sobrevivem (um para cada mamilo da fêmea).

Gnu

É um grande antílope nativo da África que parece uma ‘mistura’ de touro e cervo. Caracteriza-se por uma crina longa e desregrada, bem como barbas do pescoço ao peito e pernas de vários centímetros, que terminam em cascos.

Gnu africano

O gnu é herbívoro, migra em grupos de até um milhão de exemplares em busca de pastos novos e é bastante selvagem. Durante esse tempo, o cio também começa: um macho ‘reúne’ várias fêmeas – as mais resistentes e saudáveis ​​- com as quais acasala; também as defende de outros machos.

Rhea

Embora a maioria das aves seja monogâmica, e muitas delas continuem com o mesmo par durante toda a vida, a Rhea é uma das exceções. Esta ave também não pode voar e apresenta um dimorfismo sexual pouco pronunciado (os machos se parecem com as fêmeas).

Rhea

Semelhante ao avestruz, a Rhea forma grupos de até 50 indivíduos durante o inverno e o outono. No entanto, em tempos de calor, elas se dividem em grupos menores, com machos dominantes. Estes lutam entre si para disputar as “melhores” fêmeas. Um dos hábitos mais curiosos sobre a reprodução dos Rheas é que, uma vez que o macho acasala com todas as suas fêmeas, ele é responsável pela incubação dos ovos e pelos filhotes quando os ovos eclodem, além de criá-los e alimentá-los.

Formiga

Este inseto não apenas faz parte do grupo de animais poligâmicos, mas também daqueles que praticam a endogamia (acasalam com membros da mesma família). Neste caso, é a fêmea que tem vários machos à sua disposição: eles são os famosos zangões.

Formigas

A formiga rainha é encarregada de acasalar com muitos machos (seus filhos) e dar à luz milhares de ovos. Além disso, ela é quem decide quanto de seus filhotes serão fêmeas inférteis e guerreiras, ou machos dedicados à reprodução.

Gorila

Esses grandes primatas que habitam a África são um exemplo claro de poligamia entre animais. Uma vez que se tornam sexualmente ativos – por volta dos 12 anos de idade – os machos apresentam uma marca prateada nas costas.  Este sinal de força e dominação lhes dá ‘permissão’ para lutar com outros e obter um harém de fêmeas.

Gorila

Um grupo de gorilas pode ser formado por um macho dominante, quatro ou cinco fêmeas com as quais ele copula, e o resto é formado por jovens. Quando os jovens passam pela puberdade, eles devem deixar o grupo e começar sua própria família.

Bom… Feliz dia dos namorados 😛

Fonte: Huffpostbrasil | Meusanimais

Daiane Santana

Daiane Santana é a idealizadora do Portal VivoVerde, nasceu em Minaçu/GO e atualmente reside em Parauapebas-PA e há 15 anos escrevo neste site. Sou formada em Engenharia Ambiental, pela UFT – Universidade Federal do Tocantins, pós-graduada em Gestão de Recursos Hídricos e Engenharia de Segurança do Trabalho. Atuo como consultora, ministro treinamentos nas áreas de meio ambiente, segurança do trabalho quando dá tempo. Contato: portalvivoverde@gmail.com | Twitter - @VivoVerde | Instagram: @DaianeVV | 063999990294

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