Pesquisadores fazem turismo científico na região de Natividade, Jalapão, Taquaruçu e Lajeado
Apesar do olhar técnico científico das rotas, os pesquisadores tiveram a oportunidade de vivenciar momentos únicos na exuberante beleza natural do Estado.
Geórgya Laranjeira Corrêa\ Governo do Tocantins
Com a finalidade de trocar experiências cientificas sobre questões voltadas ao ecoturismo e apontar soluções sustentáveis e práticas com a participação da comunidade, pesquisadores doutores de universidades públicas e privadas de cinco estados brasileiros estiveram no Tocantins este final de semana, de sexta a domingo,9, realizando atividades de campo na região de Natividade, Jalapão, Taquaruçu e Lajeado. Foi uma ação promovida pela Universidade Federal do Tocantins (UFT) e contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (FAPT).
Segundo o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins, Prof. Dr. Márcio Antônio da Silveira, roteiros como estes, favorecem uma avaliação mais precisa do cenário do ecoturismo do Estado. “O turismo cientifico possibilita a vivência das características históricas, geográficas, arquitetônicas e ambientais no âmbito técnico cientifico”, disse.
Durante a atividade de campo em Natividade, os pesquisadores conheceram o museu que era a antiga cadeia pública municipal, as ruínas da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, uma obra do século XVIII que serve de palco para apresentações culturais da cidade. Visitaram ainda a ourivesaria, a fábrica de biscoitos Amor Perfeito, a mineradora da região. O olhar técnico cientifico dos pesquisadores fez toda a diferença nas rotas. “A partir destas atividades surge novos olhares, novas opiniões e a possibilidade de pesquisas interdisciplinares”, disse a Prof. Dra da UFT – Rosane Balsan e integrante do Comitê Organizador do Conecotur.
De acordo com especialista em Ecoturismo do Estado de São Paulo, Prof. Dr. Afonso Figueiredo que também é mestre em Ciências Ambientais, e atua com pesquisas na região do Tocantins há mais de dez anos, “a região de Natividade apresenta grande potencial do ponto de vista da geologia devido a diversidade do geoturismo. Logo na chegada ao município observamos uma riqueza de montanhas de quartzo, calcário, cavernas, mineração, além dos pontos turísticos dentro da cidade que apresentam tais características”, disse.
Outra turma de pesquisadores também visitou Taquaruçu, uma região que fica a 30 km de Palmas, que tem atraído muitos turistas devido ao clima ameno, das belezas naturais, das paisagens de campo, cerrado, matas de galeria de e cachoeiras do Escorrega Macaco e da Roncadeira. O que oportunizou o conhecimento das espécies vegetais, e a vivência da beleza turística. No Jalapão, pesquisadores se surpreenderam com o Cânions Sussuapara, Cachoeira da Velha, além da comunidade Quilombola Mumbuca e o artesanato de Capim Dourado. Também foram feitas atividades de campo no parque estadual do Lajeado onde foram realizadas observações de aves e identificação das espécies.
Natividade
O município fica a 221 Km da capital Palmas. Tem 285 anos de tradição e conta com uma população de 10 mil habitantes. Considerada o berço cultural do Tocantins, a cidade foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1987 e atualmente faz parte do Programa Monumenta do Ministério da Cultura. “A arquitetura em estilo colonial da cidade foi restaurada e reaproveitada a fim de preservar os monumentos”, disse a arquiteta do IPHAN, Bruna Coelho.
Segundo a presidente da Associação Regional das Serras Gerais e Turismo, Cirene Maranhão, o potencial da região é bem amplo e faz parte das Serras Gerais que englobam as cidades de: Natividade, Almas, Rio da Conceição, Dianópolis, Aurora, Taguatinga e Arraias que num raio de 250 km apresentam 40 atrativos turísticos, dentre os quais citamos: lagoas, cavernas, trilhas e cachoeiras.