Relocalizar, reconectar e regenerar

Esses dias me deparei com o documentário A Economia da Felicidade, muito bem encabeçado pela Helena Norberg-Hodge, aliás ela é uma das autoras do livro Economia de Gaia, que está no meu radar para leitura. Vê-lo me fez rodar um filme na cabeça. Nele tem praticamente um resumo do que ando lendo e estudando desde 2011, desde quando estava no termino da minha graduação em Ciências Econômicas e ouvi falara pela primeira vez o termo decrescimento e também do professor Serge Latouche. Foi um divisor de águas no pensar econômico que tinha acumulado na graduação. Todo o arcabouço criado para pensarmos no crescimento econômico como o motor do mundo caiu por terra para mim. A estupidez do nosso consumismo e o crescimento infinito que o sustenta frente à capacidade de regeneração do planeta ficaram bem claros, nunca mais pensei e fui o mesmo.

A Economia da Felicidade me deu um estalo para escrever este texto. Acho que passou da hora de colocar no “papel” algumas observações e apontamentos que juntei durante os meus estudos e vivências nestes quase dez anos.

Logo no início do caos econômico e social que o Covid-19 vem causando no planeta, minha companheira olhou pra mim e disse que eu vivia falando da possibilidade de algo do tipo acontecer. Juro que estar certo em algo nem sempre é reconfortante, porém é a realidade e, quando se tem certeza dos rumos que tomamos como “sociedade” os resultados não poderiam surgir diferentes do que temos agora. Quando se trilha um caminho, a chegada, quando ela existe, é um ponto de acúmulos de opções feitas durante a jornada. Se não mudamos a forma como caminhamos, a linha de chegada será a mesma. No nosso caso é um muro para o qual estamos indo bem depressa.

Um mero olhar ao redor, nas coisas essenciais ao viver e fica nítido que não estamos bem. O ar que respiramos está poluído, a água também, estamos degradando mares e solos. Por aí vai o rastro de destruição que estamos deixando na Mãe Terra, essa mãe que nos gerou e nos nutre desde sempre. Chegamos a ponto de provavelmente termos uma era geológica pra chamarmos de nossa, o Antropoceno. Desde que ficamos de pé e “evoluímos” mais e mais, deixamos marcas, sociais, culturais e principalmente físicas, marcas indeléveis.

A partir das revoluções industriais o trem literalmente acelerou e desandou, sobretudo no pós Segunda Guerra Mundial com as políticas de recuperação  econômica. Embora o padrão de vida tenha sido elevado a “outro patamar” para boa parte da população, isso não se dá sem custos ao planeta e, com efeitos que tendem a ser irreversíveis, se levarmos em consideração os apontamentos de Nicholas Georgescu-Roegen de que o processo econômico não pode contrariar a Lei da Entropia e que na verdade estamos a acelerar esse processo. Não dá pra reverter esse processo entrópico se mantivermos os padrões de produção e consumo que temos hoje, ou seja, não dá para ter capitalismo. Isso mesmo, é ilusório e enganador achar que dá pra ter capitalismo para todos e muito menos ainda, planeta para esse devaneio descolado da realidade no qual vivemos. O capitalismo vive de destruição e desigualdade, basta olhar na sua rua e verás isso.

Serei “acusado” de comunista por criticar o “pobre” capitalismo, mas jogo logo a real de que desenvolvimentismo finda no mesmo poço neste quesito, mais do mesmo. Dito isso, já posso receber os “afagos” também dos amigos do lado de cá. Sempre lembro do Pepe Mujica, aquele simpático senhor que chegou a passar mais treze anos como prisioneiro da ditadura militar uruguaia e ficou famoso internacionalmente como presidente. Sobre os governos “progressistas” na America latina, lamenta que eles tenham conseguido transformar as pessoas em bons consumidores, mas não em cidadãos. Isso reflete bem a ilusão de que o mundo todo conseguirá ter os padrões de vida dos países “desenvolvidos”, algo que seria lindo e maravilhoso se não fosse enganador. O consumo em si, me parece mais um atestado que as pessoas não são mais pessoas e, sim apenas consumidores, uma cifra numérica para alavancar o crescimento econômico e manter a roda do capitalismo girando “linda e maravilhosamente bem”.

Então, o que fazer? Nesse ponto queria voltar ao documentário A Economia da Felicidade. Por que ele me acendeu uma luz para está escrevendo “essas mal traçadas linhas”?

Ele nos aponta que enfrentamos concomitantemente três crises: ambiental, econômica e a de espírito humano. No meio de tudo isso temos governos perdidos que pensam e planejam soluções e ações num curto prazo, quando deveriam pensar e enxergar no mínimo em um horizonte de sete gerações. Essa miopia temporal é um reflexo do tempo de mandato dos “escolhidos” no último sufrágio, que chegam no poder através de eleições que sempre tende a ter forte influencia financeira por trás.

Como bem diz Daniel Cristian Wahl em seu livro Design de Culturas Regenerativas: estamos fazendo as perguntas certas? Estamos pensando em qual horizonte para mudarmos o que temos? Estamos trabalhando e pensando em culturas regenerativas? Estamos trabalhando para um horizonte que leve a uma mudança estrutural e uma mudança do sistema em questão? Por exemplo, sendo bem duro conosco: é preferível um futuro com menos petróleo a um presente com muito? Ou ainda mais: estamos pensando em fontes renováveis, tipo parques eólicos ou solares em grande escala, centralizados, nos moldes das grandes estruturas que temos hoje, onde um colapso é bem mais devastador? Os efeitos globais do Covid-19 nos servem de alerta ou ainda estamos esperando a volta da “normalidade”?

Estamos preparados para pensar isso, ou nos esconderemos atrás da desculpa que isso é papo de hippie, de ambientalista, de utópicos? Quando iremos encarar e pensar em alternativas para agora, para uma transição? É bem claro que “chegar ou tomar o poder” em si não é eficaz se mantivermos as estruturas e meios vigentes. Os exemplos de que somente a democracia atual centrada e avalisada nos paradigmas do crescimento econômico não é suficiente para que revertamos os caminhos que nos levam a um futuro onde a nossa estadia enquanto espécie neste planeta está seriamente comprometida.

Se seguirmos impondo e homogeneizando o mundo não avançaremos para a mudança e transição que necessitamos. Como bem defende o movimento zapatista, precisamos de mundo onde caibam vários mundos, todos os mundos. Não uma grande cópia de um mundo desenvolvido e programado para consumir e crescer economicamente.

No documentário A Economia da Felicidade Helena Norberg-Hodge cita a região de Ladakh na Índia como um exemplo dos efeitos nefastos da globalização e seu efeito homogeneizador. Ela fala com conhecimento de causa, visto que trabalha na região há várias décadas. Numa região onde sequer existia o conceito de pobreza, passa a ter todos os males característicos do “desenvolvimento”. Tudo começa com a construção de uma estrada para tirá-los do isolamento e que acaba minando consequentemente a economia local com a inserção do estilo de vida ocidental onde a publicidade e consumismo, que são características essenciais do modelo de crescimento contínuo, acabam imbuindo novos valores que induzem a quebra dos laços comunitários e com a natureza. Esse é algo que acontece repetidamente desde sempre.

Questões como esta nos fazem pensar até que ponto o dito “desenvolvimento” realmente é a solução para os problemas do mundo como nos tentam vender. Assim como em Ladakh, o planeta quase em sua totalidade faz parte de um mercado globalizado onde as pessoas são empurradas da zona rural para engrossar o câncer da modernidade chamado cidades. Hoje já temos metrópoles, megalópoles. Hoje o mundo é majoritariamente urbano, num modelo de vida que exige consumo intenso de energia, água e alimentos muito superior ao das zonas rurais. Algo insustentável.

Em A Economia da Felicidade são apontados os principais efeitos negativos da globalização e seu crescimento econômico. Considero bem pautados e por isto os elencos abaixo:

  • Nos torna infelizes;
  • Gera insegurança;
  • Desperdiça recursos naturais;
  • Acelera as mudanças climáticas;
  • Destrói os meios de subsistência;
  • Aumenta os conflitos;
  • Baseia-se em subsídios para as grandes corporações;
  • É baseado numa contabilidade falsa.

Todos esses males partem do pressuposto de que o crescimento econômico é a solução, mas que na verdade se encaixa muito comodamente no lugar de causador. As soluções apontadas pela diretriz do crescimento econômico reforçam cada vez mais o sistema vigente, por que na verdade ele é o sistema, ele é o motor do capitalismo, sem crescimento não há capitalismo. E repetindo o já afirmado: não há planeta para isso. Não há mundo para tanto PIB. Insistiremos em louvar o Deus PIB e seu sacerdote crescimento econômico?

Hoje está cada vez mais claro de que ultrapassamos os limites do planeta. Cada vez mais cedo excedemos a capacidade de sobrecarga anual do planeta Terra, segundo o índice que foi criado em 1970 para medir o esgotamento de recursos naturais. Segundo os dados de 2019 seriam necessários 1,75 planeta Terra para nosso nível de consumo, algo para lá de insustentável.

E por falar em consumo: Apenas mudando o nosso comportamento individual, como bem quer nos induzir o mundo corporativo e toda a maquiagem do capitalismo verde, é suficiente para mudarmos os rumos? Se mantivermos nosso padrão de consumo e, apenas transitarmos para produtos menos degenerativos será suficiente? Ou será que estamos apenas querendo inflar nosso ego?

Por isso é necessário pensarmos e, sobretudo fazer as perguntas certas. Gosto muito da abordagem que o Daniel Christian Wahl faz, onde as perguntas são mais importantes do que as respostas. Afinal uma resposta para uma pergunta errada e incompleta tende a não solucionar. Os problemas de hoje foram as soluções de ontem, apesar de todas as boas intenções.

Dentro desta visão é interessante e proveitosa a utilização da estrutura dos três horizontes para uma cultura regenerativa. Sobretudo para nos localizarmos enquanto agentes de uma transição viável para o “nosso mundo” ser sustentável, ou melhor, regenerativo. A sustentabilidade é sim necessária, não como um fim, mas como um caminho a ser trilhado. Ela não é suficiente, precisamos caminhar para sistemas e culturas regenerativas.

Precisamos buscar um horizonte onde tenhamos um mundo viável, saindo do business as usual de um mundo em crise, porém sem ficarmos parados no horizonte de um mundo em transição turbulenta que, muita das vezes tende a ser absorvida pelo horizonte que faz as engrenagens do sistema atual girar em modo contínuo até o muro que nos espera logo à frente. Exemplo desta apropriação é o dito desenvolvimento sustentável que hoje já está incorporado pelo mundo corporativo capitalista, tanto que hoje a palavra sustentabilidade é empregada para falar na manutenção dos lucros. Então precisamos ir além…

Precisamos parar de deixar o pensar econômico, o pensar as saídas, com os economistas e donos do poder, principalmente econômico e corporativo. Precisamos pensar, sonhar, imaginar e propor novos mundos, aliás, a imaginação é algo que nos roubaram. Essa capacidade de pensarmos utopias nos foi tolhida. Hoje o pensar utópico é visto com preconceito, como não real, impróprio e que leva a lugar nenhum. Ao aceitarmos isto caímos no colo do normal, exatamente o que querem as engrenagens que mantém o sistema atual que caminha para um caos constante.

A solução apontada em A Economia da Felicidade é a localização da economia e do viver em contrapartida ao mundo globalizado e frenético atual. Os males que um mundo globalizado e altamente interligado é bem factível para uma grande parte das pessoas agora com a pandemia do Covid-19. Mas os efeitos de nossa interligação são reais e visíveis em todos os aspectos possíveis. Nesse exato momento que escrevo estas palavras uso vários componentes que foram produzidos nos mais longínquos locais do planeta. Somos uma sociedade globalizada ao extremo, onde a velha metáfora de que um bater de asas de uma borboleta pode causar uma catástrofe no outro lado do planeta é bem realística.

Habitamos uma única casa e estamos interligados, interdependentes. Nossas fronteiras estatais são fictícias e insustentáveis, não dá pra se isolar no seu mundo achando que estará isento dos impactos climáticos, de saúde, econômicos e sociais. Talvez o COVID-19 tenha acendido esta “luz”.

Serge Latouche aponta oito erres para que entremos em um círculo virtuoso, são eles: reavaliar, reconceituar, reestruturar, redistribuir, relocalizar, reduzir, reutilizar e reciclar. Irei me concentrar no relocalizar que encontra reverberação em A Economia da Felicidade.

O principio da relocalização (Serge Latouche) ou localização (A Economia da Felicidade) indica a necessidade de repensar não somente o econômico, mas também a política, a cultura e o sentido da vida. As decisões que podem ser tomadas localmente assim devem ser feitas. Não podemos mais seguir vivendo globalmente achando que isso trás somente benefícios, gozando das benesses e fechando os olhos para o disparate de degeneração que estamos impondo ao nosso lar, nossa Mãe Terra. Somos e seremos os principais afetados.

Agora temos uma grande parcela de pessoas criticando a China e a acusando de ser causadora do vírus que parou o mundo como conhecemos, causando mortes e prejuízos econômicos devastadores. Precisamos parar um pouco e pensar, o que representa a China no mercado globalizado de hoje. O que a China produz abastece o mundo, todos sabemos, ou deveríamos saber ou fingimos que não? No mundo globalizado onde o capital circula muito além dos muros e limites fronteiriços, a conexão e a interdependência são inevitáveis. Embora o pensar egoístico e míope dos nossos tempos seja mais focado nas benesses que podemos ter nas relações e nos faz querer receber os benefícios e as suas externalidades (não gosto deste termo quando falamos no contexto de destruição do planeta mas é o que aqui acabe) e efeitos negativos tendem a ser renegados até que a água esteja no nariz e aqui, é sempre bom lembrar, esse líquido está bem contaminado.

A interdependência é algo natural e vital para que entendamos sobretudo a necessidade de pensarmos sistematicamente o viver. Não dá para achar que somos independentes e que nossas atitudes não são causadoras de efeitos catastróficos ao planeta. É necessário que reconheçamos essa conexão e trabalhemos com ela adequadamente em prol da regeneração planetária. A interdependência não é algo ruim, porém seus efeitos podem ser catastróficos quando a negamos e pensamos individualmente.

No nosso mundo-mercado multiglobalizado de hoje deleitamos-nos com suas “benesses” enquanto fingimos que está tudo bem. Mas na realidade não estamos nada bem. Os exemplos dos efeitos desta situação são bem visíveis. O Covid-19 é um exemplo atual mais factível, palpável. As mudanças climáticas estão a todo vapor, porém é algo “silencioso”, talvez continue assim, ao menos aos nossos olhos que estão observando os fatos de forma isolada, como se isso fosse correto e possível. Por outro lado não temos como negar o fato de que a atual pandemia é um dos seus efeitos e, que tende a se tornar uma constante daqui pra frente, afinal não é o primeiro e, se não ocorrer mudanças em nossos padrões, não será o último vírus que parte pelo mundo causando mortes. A nossa pressão sobre os limites da Terra são enormes e será inútil encararmos como agora, atacando os efeitos e não suas causas. Agindo assim estaremos tampando o sol com a peneira. É inútil fazermos as perguntas erradas. Insistiremos nos erros de sempre? Solucionando problemas com os mesmos causadores?

A relocalização da economia e do viver é um caminho a ser trilhado. Nosso delírio de um mundo/mercado globalizado ao extremo não é viável. No documentário a Economia da Felicidade são apontados caminhos de uma nova relocalização necessária que passam sobretudo por reduzirmos a escala do nosso viver.

É necessária a eliminação dos subsídios e incentivos fiscais para empresas e bancos transnacionais agirem e reinarem como donos do mundo, se sobrepondo aos governos, interferindo, elegendo os representantes e manipulando as políticas para atenderem aos seus lucros em detrimento do bem estar do povo e do Planeta Terra.

É necessário reduzir as dependências dos mercados de exportação em favor da produção local e para as necessidades locais. Reduzir a loucura desse mercado multiglobalizado onde deixamos de produzir o mais perto possível para comprar do outro lado do mundo produtos com alto gasto energético, que precisam ser subsidiados para serem viáveis economicamente e que são insustentáveis para a nossa casa, a Mãe Terra.

Precisamos de uma economia local onde as empresas e economias locais gerem riquezas de forma mais equitativa e sustentável. Como isso pode ser possível? Gastos na economia local tem retorno muito mais que na não local. Essa relocalização deve ser também na área bancária e financeira com a retomada do controle e a regulação do sistema financeiro. Uma das propostas do documentário é dividir as mega estruturas bancárias e financeiras que usam como artífice para se manterem, o álibi de não poder quebrar. É necessário trazer o dinheiro novamente para ser o nosso servo e não o senhor poderoso de hoje. Uma boa proposta são as cooperativas de crédito local.

É necessário e vital cultivarmos alimentos localmente, encurtando a distância ao mínimo possível entre produtor e consumidor. A situação atual onde os alimentos são cultivados em sua grande maioria em monocultivos altamente dependentes de insumos externos derivados de não renováveis como o petróleo, e que percorrem enormes distâncias, sem sustentabilidade energética, deve ser substituídas por policultivos agroflorestais, sintrópicos e regeneradores que ao invés de destruir contribuem para a regeneração. O impulsionamento de cooperativas de consumo; CSA – Comunidade que Sustenta a Agricultura; hortas urbanas onde as pessoas possam sentir o prazer de cultivar seu próprio alimento; movimentos como Slow Food que se opõe a padronização do alimento no mundo. Esses são exemplos de como podemos estreitar laços entre produtores, consumidores e a natureza. Para que sigamos numa transição que possa nos levar a um futuro onde sejamos mais que meros consumidores e passemos a nos sentir como co-produtores, cientes dos ciclos e impactos do ato de se alimentar.

É urgente que voltemos ao básico e identifiquemos as nossas reais necessidades do consumo de energia. Isso passa pela constatação de que precisamos produzir mais perto as nossas necessidades, com fontes descentralizadas de energia renovável em escalas que devem ir do pequeno até a grande. É preferível que tenhamos centrais eólicas, solares em escalas locais ao invés de grandes parques que mantêm e reforça um sistema que nos colocou na encruzilhada atual.

O mundo globalizado, padronizado e homogêneo baseado no consumo infinito vem desagregando e fazendo com que as pessoas passem a olhar cada vez mais para fora de sua cultura local. Economias locais criam e fortalecem identidades mais seguras e que favorecem uma conexão mais profunda com a natureza. É necessário que o conhecimento local que fala sobre a vida, sobre como viver seja fortalecido. Os conhecimentos ancestrais e de convívio harmonioso com a natureza precisam ser valorizados e vistos como riquezas. Precisamos de uma economia que leve em conta as pessoas como defendeu E. F. Schumacher no aclamado livro Small Is Beautiful (O Negócio é Ser Pequeno nas edições brasileiras). Do contrário destruiremos os conhecimentos locais para que o mundo seja “desenvolvido e moderno”.

Em todos os lugares que olharmos veremos que as coisas estão acontecendo localmente. Falta os governos reconhecerem e apoiarem para que haja uma mudança em direção a um viver mais sustentável. Necessitamos uma transição que nos leve a um viver integrado ao todo, com uma visão holística e onde os ritmos da natureza sejam mais do que respeitados, sejam reconhecidos como mais adequados a uma espécie que se diz sapiens.

É urgente, não temos mais tempo. Necessitamos de futuros locais, que surgirão quando reduzirmos a escala de nossa atividade econômica e assim aumentarmos nosso bem estar que não está atrelado ao ilusório ato de consumir. Onde possamos cada vez mais se conectar enquanto seres humanos e com a natureza que somos. Que não deixemos a economia para os “especialistas” em seus castelos desconexos erguidos sobre montanhas de destruição e desigualdade.

Publicado originalmente em: https://medium.com/@dsaviogf/relocalizar-reconectar-e-regenerar-5232a0b79958

Domingos Savio

Cearense, filho de agricultores familiares. Formado em Ciências Econômicas e pós graduado em Administração Financeira pela Universidade Regional do Cariri - URCA. Permacultor pela Escola Caririense de Permacultura - ESCAPE. Agricultor Urbano. Estudo permacultura, decrescimento, agroecologia, sustentabilidade, economia solidária, agrofloresta e um pouco mais de coisas boas. Firme e forte na resistência. Contato: E-mail: permaculturavivoverde@gmail.com | Twitter: @dsaviorasta

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