Na Semana Mundial do Meio Ambiente, Rock in Rio comemora números já alcançados na ação que visa restaurar áreas desmatadas da Amazônia
Na semana em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, o Rock in Rio, engajado em causas socioambientais, comemora os números já alcançados em seu mais recente projeto, o Amazonia Live, movimento que ajudará na restauração florestal da Amazônia e que tem como objetivo chamar a atenção para a importância do consumo consciente de recursos naturais do planeta. Até agora, já está garantido o plantio de mais de 2,135 milhões de árvores. Com a ajuda de marcas parceiras e de fãs do evento, que poderão fazer doações participando de um leilão de guitarras online, a expectativa é chegar a cerca de 3 milhões de árvores plantadas na região que abriga a mais importante reserva de biodiversidade do mundo.
“Pela primeira vez estamos adotando globalmente uma mesma causa que será promovida em todos os países onde o Rock in Rio está, e não só, que se estenderá por várias edições do evento, já que é um projeto que irá até 2019”, explica Roberta Medina, vice-presidente do Rock in Rio. Segundo ela, serão investidos mais de R$ 28 milhões nessa iniciativa, incluindo custos de plantio, assistência técnica, monitoramento e gestão, campanhas de mídia, produção do show e gastos logísticos.
Para este projeto, o Rock in Rio se associou a um time de peso, garantindo assim o melhor resultado. No plantio inicial de 1 milhão de árvores com recursos do Rock in Rio, a parceria envolve o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e o Instituto Socioambiental (ISA). Ela visa a contribuir para a restauração florestal, a recuperação de nascentes e matas nas cabeceiras do Xingu e a gerar renda de forma participativa e inclusiva às comunidades locais. Além disso, a iniciativa para o plantio de mais árvores, além do milhão inicial, já conta com parceiros como Itaú, Manaus Luz, Manaus Ambiental, Banco Mundial, Universidade Estácio de Sá e Gol.
“A recuperação das florestas das cabeceiras e das margens do Rio Xingu garante a sobrevivência do próprio rio e das dezenas de comunidades que vivem dele, mas também garante um futuro melhor para toda a sociedade brasileira”, diz Rodrigo Junqueira, coordenador do ISA.
O evento
O dia 27 de agosto marcará o ponto alto do projeto. O Rock in Rio apresentará um espetáculo sem precedentes que colocará a causa em grande evidência. Um palco flutuante será montado no Rio Negro, em Manaus (AM). O espetáculo poderá ser acompanhado pelo mundo inteiro, com live streaming pela internet, em todo o Brasil pela transmissão do canal Multishow. Apenas 200 pessoas entre formadores de opinião e jornalistas terão a oportunidade de assistir ao show no local, em uma plataforma flutuante montada para a ocasião. A apresentação contará com o tenor lírico Plácido Domingo, com a Orquestra Amazonas Filarmônica, juntamente com o Coral do Amazonas, e ainda com o tenor Saulo Lucas interpretando a canção “Canto Della Terra”. A abertura será de Ivete Sangalo acompanhada também pela orquestra. Ainda em Manaus e na mesma data, Ivete fará um show aberto ao público, com o objetivo de chamar a atenção da população para as questões socioambientais. A data também marcará o início da contagem regressiva de um ano para a sétima edição do festival no Brasil, em 2017 (a 18ª em 31 anos de história do festival).
A técnica de plantio
Para o plantio do primeiro milhão de árvores será utilizado um mix de sementes chamado “muvuca”, técnica escolhida e aprimorada pelo Instituto Socioambiental (ISA) para reproduzir o processo natural da floresta. A técnica utiliza semeadura direta e a experiência de plantadores de árvores do Xingu-Araguaia prova que plantar as sementes diretamente no chão, no seu local definitivo, é o melhor método para a maioria dos tipos de árvores. Durante os três primeiros anos após o plantio serão publicados notícias e relatórios técnicos sobre a situação das árvores e da floresta recuperada, garantindo transparência e monitoramento para quem acreditou nesta ideia.
O impacto do desmatamento da Amazônia afeta a vida da população mundial
A Amazônia desempenha um papel crucial no ciclo de carbono global que ajuda a dar forma ao clima mundial. Cerca de 200 bilhões de toneladas de carbono estão contidos na vegetação tropical em todo o mundo, dos quais se estima que cerca de 70% esteja apenas na Amazônia. Sem ela, a capacidade de retirar o gás carbônico atmosférico se concentraria unicamente no oceano, pondo em risco a vida de diversas espécies de animais, que correriam o risco de extinção devido ao aumento da temperatura da Terra.
Segundo levantamento global da Unicef e da World Health Organization (WHO), um dos graves efeitos mundiais do desmatamento é, sem dúvida, a diminuição da biodiversidade global, mas também a contribuição para o aquecimento global. Hoje, 1/3 da população mundial não tem acesso a água potável. Se a temperatura global aumentar 2,5°C acima dos níveis pré-industriais este número pode até duplicar.
Os índices de desmatamento a um ritmo muito rápido causam a conversão de mais carbono em dióxido de carbono, seja quando as árvores são queimadas ou mais lentamente pela decomposição de madeiras não queimadas. Estima-se que apenas a destruição da floresta tropical mundial poderá, nos próximos quatro anos, libertar mais carbono para a atmosfera do que todos os voos desde o nascimento da aviação até 2025. O Brasil, por exemplo, está entre os cinco maiores emissores de gases estufa, não devido às suas elevadas emissões de combustíveis fósseis mas devido ao desmatamento.