As chuvas no Norte e Nordeste do Brasil #9 Suspensa

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Nestes últimos dias as chuvas nas regiões Norte e Nordeste do país veem causando fome, desastres, pessoas teem suas casas totalmente inuncadas decorrente das fortes chuvas e tendo ainda que abandonar suas casas. Eu moro aqui na região norte (Palmas/TO) mas, é mais para o sul da região e aqui as estações são bem definidas, o período chuvoso vai de outubro a novembro e o seco vai de maio a setembro (estamos no final do período chuvoso), então as chuvas que ocorrem agora geralmente são rápidas. Mas as notícias da região podem ser vistas em vários sites que teem esta finalidade, mesmo depois de umas dessas… mas o caso aqui é mostrar o porquê que estes eventos estão ocorrendo e como estão.

Existem alguns sistemas atmosféricos atuantes em nosso país e em específico na região Norte e Nordeste, são eles:

NORDESTE

ZCIT – Zona de Convergência Intertropical é o sistema meteorológico mais importante na determinação de quão abundante ou deficiente serão as chuvas no setor norte do Nordeste do Brasil. A ZCIT é uma banda de nuvens que circunda a faixa equatorial do globo terrestre e é formada principalmente pela confluência dos ventos alísios do hemisfério norte com os ventos alísios do hemisfério sul. De maneira simplista, pode-se dizer, que a convergência dos ventos faz com que o ar, quente e úmido ascenda, carregando umidade do oceano para os altos níveis da atmosfera ocorrendo a formação das nuvens.

VCAS – Vórtice Ciclônico de Ar Superior atingem a região Nordeste do Brasil, formam-se no Oceano Atlântico entre os meses de outubro e março e sua trajetória normalmente é de leste para oeste, com maior freqüência entre os meses de janeiro e fevereiro. Os VCAS são um conjunto de nuvens que, observado pelas imagens de satélite, têm a forma aproximada de um círculo girando no sentido horário. Na sua periferia há formação de nuvens causadoras de chuva e no centro há movimentos de ar de cima para baixo (subsidência), aumentando a pressão e inibindo a formação de nuvens.

ASAS – Alta Subtropical do Atlântico Sul – que é um dos sistemas de alta pressão atmosférica quase permanentes da circulação geral da atmosfera e determinante das condições diárias do tempo e clima no Brasil. As altas subtropicais aparecem como parte da células de Hadley, que explica parte da circulação atmosférica. A posição do centro deste sistema de alta pressão fica sobre o Atlântico Sul (no Hemisfério Sul), entre o Brasil e a África, ao largo da costa do Sudeste. A posição do centro da Alta Subtropical do Atlântico oscila ao longo do ano, mais ou menos próxima do continente. Com todo sistema alta pressão, no HS, os ventos sopram no sentido antihorário, saindo do centro do sistema. No centro do sistema temos a calmaria, ar calmo.É nas bordas da Alta subtropical do Atlântico Sul que temos os ventos de sudeste e leste constantes na costa do Nordeste, os ventos de nordeste da costa do Espírito Santo e do Rio. Este sistema de alta pressão é organizado em todos os níveis da atmosfera, da superfície até os altitudes superiores.

Ainda tem a ZCAS – Zona de Convergência do Atlântico Sul, que é convencionalmente definida como uma persistente faixa de nebulosidade orientada no sentido noroeste-sudeste, que se estende do sul da Amazônia ao Atlântico Sul-Central por alguns milhares de km, bem caracterizada nos meses de verão.

NORTE

A circulação geral da alta da Bolívia Esta região possui uma característica muito particular de apresentar o desenvolvimento de um anti-ciclone em altos níveis, durante os meses de verão, associado com a forte convecção da região Amazônica. Este anti-ciclone foi denominado de Alta da Bolívia (AB), pois situa-se sobre a região do altiplano boliviano. Durante a época de inverno, ocorre a desintensificação da AB, com o seu completo desaparecimento.

El Niño/Oscilação Sul (ENOS) de 1982-1983 foi um dos mais intensos e afetou o tempo e clima da América do Sul de várias maneiras. No caso da região Amazônica, este episódeo provocou um período extremamente seco (janeiro/fevereiro) durante a estação chuvosa na Amazônica Central. O desvio da precipitação neste período, apresentou valores de até – 70% na área de Manaus (AM), com um valor menor na parte mais próxima do Oceano Atlântico. Este comportamento foi devido ao ramo descendente da célula de Walker deslocar-se para a região sobre a Amazônia, inibindo a formação de atividades convectivas

Friagem – Embora a região Amazônica situa-se geograficamente próxima ao Equador, a parte meridional sofre, eventualmente, da ação de sistemas frontais, provocando este fenômeno localmente.

As Linhas de Instabilidade (LIs) que ocorrem na Amazônia são responsáveis pela formação de chuvas próximo à costa litorânea dos estados do Pará e Amapá, bem como de precipitação na Amazônia Central, durante a estação seca. Estudos mostraram que estas LIs são um dos sistemas atmosféricos atuantes na área leste do Pará e que contribuem com 45 % da chuva que cai durante o período chuvoso. Estas linhas são caracterizadas por possuir grandes conglomerados de nuvens cumulonimbus e são formadas devido à circulação de brisa marítima, podendo-se prolongar para o interior do continente.

A brisa fluvial é um mecanísmo físico no qual o ar, devido ao contraste térmico entre água-terra, move-se em direção do continente durante o dia e vice-versa à noite. Imagens de satélites mostram que as nuvens formam-se preferencialmente sobre o continente durante o dia, com movimentos de subsidência na área dos rios.

Penetração de sistemas frontais – estes sistemas frontais provocam a organização e formação de uma banda de nuvens orientada no sentido Noroesre/Sudeste, que possue sua máxima intensidade nos meses de verão, aumentando o regime de precipitação da região (época chuvosa). Este aumento de convecção está relacionado com a intensificação do cavado em altos níveis, que é gerado pela penetração da frente.

Todos estes sistemas atmosféricos influênciam nas mudanças climáticas das regiões. O Ministério de Ciências e Tecnologia disponibiliza um postal com o Programa Nacional de Mudanças Climáticas, no qual ele tem o objetivo de expandir a capacidade científica, tecnológica e institucional do Brasil em Mudanças Climáticas Globais, e ampliar o conhecimento sobre o fenômeno, identificar os impa
ctos
sobre o País, e subsidiar políticas públicas de enfrentamento do problema nos planos nacional e internacional, com o foco na sociedade em geral.

O site Clima Tempo trás notícias das previsões do Norte e Nordeste diariamente, além de notícias pelo Twitter.

O INPE tem uma biblioteca, no qual é didponibilizado periódicos, artigos e informações científicas.

E agora o melhor da história, quer ajudar o pessoal da reguão NORTE e NORDESTE? Pois então a Rede Globo, o SESI e a CUFA se juntaram e montaram uma rede de de solidariedade para arregacar doações para as vítimas, mais informações, você encontra AQUI. Mas para ajudar:

O que pode ser doado:
Alimentos não perecíveis (arroz, feijão, açúcar, óleo, leite em pó, farinha de mandioca e macarrão), água mineral, roupas, cobertores, lençóis, fronhas e fraldas.

Fica aí a dica.

Matéria Publicada na coluna – Contagem regressiva para o fim do mundo – no Blog Suspensa.info.

Daiane Santana – @VivoVerde

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Daiane Santana

Daiane Santana é a idealizadora do Portal VivoVerde, nasceu em Minaçu/GO e atualmente reside em Parauapebas-PA e há 15 anos escrevo neste site. Sou formada em Engenharia Ambiental, pela UFT – Universidade Federal do Tocantins, pós-graduada em Gestão de Recursos Hídricos e Engenharia de Segurança do Trabalho. Atuo como consultora, ministro treinamentos nas áreas de meio ambiente, segurança do trabalho quando dá tempo. Contato: portalvivoverde@gmail.com | Twitter - @VivoVerde | Instagram: @DaianeVV | 063999990294

One thought on “As chuvas no Norte e Nordeste do Brasil #9 Suspensa

  • 7 de fevereiro de 2013 em 14:21
    Permalink

    Gostei muitos das informações! Mas eu gostaria de perguntar:

    O VCAS (Vortice ciclonico de ar superior) é diferente do VCAN (Vortice ciclônico de altos níveis) ??

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