E por falar em autismo, os animais pensam como autistas
É a ingenuidade de nós não-biólogos atribuir sentimentos humanos para animais domésticos, um fenômeno chamado antropomorfismo. Eu faço isso muitas vezes, porque na minha cabeça algumas atitudes dos animais lembra nós mesmos. Talvez eu esteja enganado por ser leigo no assunto. Mas diferente do que os conservacionistas dedicados a estas espécies criticamente ameaçadas no mundo, quem mais vai olhar para eles e quem mais vai contar suas histórias?- Nós humanos. Lendo a Revista Planeta do portal terra encontrei relatos de uma norte-americana falando sobre o assunto.
Temple Grandin, pesquisadora norte-americana, afirma que os mecanismos do “pensamento” animal são os mesmos das pessoas autistas:
Estudiosa do autismo, a norte-americana Temple Grandin (ela própria autista) diz que sua forma de ver o mundo pode ajudar a compreender como pensam os animais. Ao comparar mecanismos do “pensamento” animal com os de autistas, ela aproxima os animais dos seres humanos e lança as bases de uma grande polêmica científica
Quem ainda não parou, tocado no fundo do coração, diante do olhar intenso e meigo de um cão labrador? Se você é ligado em animais, sejam selvagens ou domésticos, certamente já se pegou admirado diante de tanta expressividade e se perguntou: será que eles pensam? E, se pensam, o que pensam? Para a ciência, essa também é uma pergunta recorrente, origem de inúmeras pesquisas, centenas de dúvidas e muitas, muitas controvérsias. Uma delas diz respeito aos novos estudos realizados pela pesquisadora norte-americana Temple Grandin.
Recentemente, ela sacudiu os meios acadêmicos ao afirmar não apenas que os animais pensam, mas também ao lançar uma teoria para explicar como eles o fazem. Mais que isso: Temple deixou cientistas de cabelo em pé quando comparou a mente de um animal à mente de um ser humano autista. Para ela, animais e pessoas com autismo têm a mesma forma de ver mundo e os mesmos mecanismos de “pensamento”.
Absurdo? Pode parecer, embora boa parte dessa polêmica seja amenizada diante do fato de que a própria autora dessa teoria é autista e conhece o assunto de um ponto de vista muito particular, único na história da ciência. Aos 62 anos, Temple faz parte de uma estatística que aponta 20 casos a cada 10 mil pessoas (quatro vezes maior nos homens, de acordo com a Sociedade Americana de Autismo), com vários níveis de comprometimento do cérebro. No caso da pesquisadora, o autismo manifestou-se num grau considerado baixo, o que permite que ela leve uma vida muito próxima dos padrões de normalidade, interagindo perfeitamente com o mundo que a cerca.
O termo autista, que provém do grego (autos significa “de si mesmo”), foi usado pela primeira vez em 1906, pelo psiquiatra Plouller, mas foi entre 1943 e 1944 que os pesquisadores Leo Kanner e Hans Asperger lançaram as bases para o estudo mais sistemático do problema. Hoje, o que se sabe é que o autismo é um transtorno definido por disfunções físicas no cérebro, ocorridas antes dos 3 anos de idade, e caracterizado por perda da comunicação, distúrbios nas habilidades físicas e linguísticas, e em dificuldades na interação social. [Terra]
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