#EventoVV – Pesquisadores e educadores promovem ato para cobrar revitalização do rio Carioca

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O rio Carioca, que por muitos anos foi a principal fonte de água potável do Rio de Janeiro, vai ser “redescoberto” por um grupo de estudiosos, educadores e apaixonados pela capital fluminense em uma caminhada e atividades culturais e educativas. O trajeto será pelas ruas sob as quais o Carioca corre já como esgoto. Essa e outras ações integram o movimento chamado “Carioca, o rio do Rio”, que já conta com o apoio do SESI Cidadania.

Na manhã do dia 07/12, os integrantes do movimento pretendem alertar a sociedade, a imprensa e os órgãos públicos sobre a necessidade de preservar esse patrimônio ambiental.  A ideia é cobrar ações de educação ambiental para a população e a recuperação e renaturalização parcial do rio Carioca junto ao poder público. A iniciativa é organizada pela Planetapontocom, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que tem como missão desenvolver soluções inovadoras para a educação pública brasileira.

Se no início do processo de urbanização da cidade o Carioca tinha águas cristalinas e famosas (havia até um ditado que dizia “Isto é bom como a água do Carioca”), hoje a maior parte do rio que dá nome aos moradores da cidade está degradada e escondida sob a terra percorrendo um caminho esquecido.

O grupo que promove a “Caminhada do Redescobrimento do Rio Carioca” será liderado pela presidente da Planetapontocom, a jornalista e escritora Silvana Gontijo, por integrantes das Associações de moradores do Cerro Corá, Guararapes, Santa Teresa, Cosme Velho e Laranjeiras e por ambientalistas como o pesquisador da Fiocruz Alexandre Pessoa, autor de tese sobre o rio Carioca.

Às 8h de domingo (07/12), os participantes se concentrarão no Largo do Boticário, no Cosme Velho. Eles sairão de lá às 10h e vão caminhar até o Aterro do Flamengo, onde fica a foz do Rio Carioca e uma estação de tratamento de suas águas. No arboreto perto das quadras de tênis do Aterro, em frente à Rua Barão do Flamengo, músicos, palhaços e artesãs do grupo Ceramicando promoverão atividades com crianças, para que elas expressem o que sabem sobre o rio Carioca de várias maneiras. Por cerca de duas horas, moradores de bairros como Laranjeiras e Cosme Velho e das comunidades de Guararapes, Cândido, Ascurra  e Cerro Corá farão uma mobilização integrada, educativa e cultural para chamar a atenção para a necessidade de ampliar a educação ambiental e cobrar ações do governo para limpar o rio, recuperar alguns trechos e torná-lo parte da paisagem.

Além disso, o grupo quer contar a história do Carioca, que faz parte da história da cidade, em um momento em que se aproxima o aniversário de 450 anos do Rio de Janeiro. Segundo Silvana Gontijo, é preciso concentrar esforços para a recuperação dos recursos hídricos brasileiros, e isso passa pela educação e mobilização. “Até hoje nenhum rio urbano foi recuperado no Brasil. No momento em que vivemos uma crise de abastecimento nas principais metrópoles precisamos abraçar essa causa e recuperar nossos rios, lagoas e mares. Em viagem à Dinamarca, eu descobri que todos os rios, lagos e baías de lá estão recuperados, despoluídos e preservados, e que tudo começou com a educação. E o Betinho me ensinou que o segredo é exatamente o que estou tentando fazer com todos que se manifestam: perguntar o que cada um pode fazer por essa causa”, afirma Silvana, referindo-se a Herbert de Souza, o Betinho, idealizador do movimento social Ação da Cidadania, com quem ela trabalhou no Movimento pela Ética na Política e na Ação da Cidadania.

Importância e história do rio Carioca

Eram as águas do rio Carioca que abasteciam os moradores do Rio de Janeiro e os navios que chegavam à cidade, no passado. Quando elas foram canalizadas e os Arcos da Lapa foram construídos, para levar essa água até o Largo do Carioca logo inúmeros chafarizes foram espalhados pelas partes ocupadas, até o Morro do Castelo.

A bacia do rio Carioca é formada por vários pequenos riachos que se unem na Serra do Carioca, na altura do antigo Vale das Laranjeiras, e desce rumo ao mar pelas atuais ruas Cosme Velho e das Laranjeiras.  Em tempos remotos, um dos ramos do rio chegava pelo “catete” (que significa “mato denso e fechado”) e formava uma lagoa onde hoje é o Largo do Machado, e depois circundava o Morro da Glória, até lançar-se ao mar. Outro ramo seguia pelas ruas Conde de Baependi e Barão do Flamengo. Na junção dessas duas ruas, existe a atual Praça José de Alencar. Estes dois ramos do rio formavam a Ilha da Carioca, ou seja, o delta do Rio Carioca.

Sobre o ramal que atravessava a atual Praça José de Alencar, um dia existiu uma ponte chamada Ponte do Salema, que dava continuação ao caminho que levava a Botafogo e à Cidade Velha (antiga parte da Urca e Morro Cara de Cão). Essa ponte tinha um concessionário que cobrava um pedágio para quem quisesse atravessá-la.

A grande importância estratégica e histórica do Rio Carioca transcende em muito sua extensão física, já que não é um rio de grandes proporções, tendo um comprimento de aproximadamente sete mil metros. Seu volume de água também não é grande em situações normais. O rio Carioca foi a razão da existência da Floresta da Tijuca. Com a ocupação do maciço pelas fazendas de café, a nascente e parte da região que o Carioca percorria tiveram toda sua flora destruída. Em 1860 houve uma grande estiagem e o Imperador Pedro II ordenou a desapropriação dessas fazendas e incumbiu o Marjor Archer de fazer o replantio com espécimes nativas de todo o maciço da Tijuca.

Para saber mais sobre o movimento acesse: www.facebook.com.riodorio ou o sitewww.planetapontocom.org.br

 

Agenda:

Caminhada do Redescobrimento do Rio Carioca

Data: 07/12 (domingo). Concentração às 8h no Largo do Boticário, no Cosme Velho. Eles sairão de lá às 10h e vão caminhar até o Aterro do Flamengo, onde fica a foz do Rio Carioca e uma estação de tratamento de água. No arboreto perto das quadras de tênis do Aterro, em frente à Rua Barão do Flamengo, haverá atividades lúdicas com crianças.

Publicação indicada pela Approach Comunicação.
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Daiane Santana

Daiane Santana é a idealizadora do Portal VivoVerde, nasceu em Minaçu/GO e atualmente reside em Parauapebas-PA e há 15 anos escrevo neste site. Sou formada em Engenharia Ambiental, pela UFT – Universidade Federal do Tocantins, pós-graduada em Gestão de Recursos Hídricos e Engenharia de Segurança do Trabalho. Atuo como consultora, ministro treinamentos nas áreas de meio ambiente, segurança do trabalho quando dá tempo. Contato: portalvivoverde@gmail.com | Twitter - @VivoVerde | Instagram: @DaianeVV | 063999990294

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