O cerrado guerreiro, forte e implacável à ação avassaladora do homem
Nasci em Goiás e moro no Tocantins a quase 10 anos, já se vão 27 anos de residência no cerrado brasileiro. A imagem mais comum de vegetação em minha vida são as árvores retorcidas, geralmente com as folhagens muito sujas da poeira, vegetação bem verde em épocas de chuva e também um cerrado bem castigado na época da seca, mas ainda com uma vista linda. Claro que me refiro aqueles locais onde as queimadas não atuaram a pouco tempo.
Resolvi que vou escrever periodicamente aqui no blog sobre este bioma que tanto me fascina… O cerrado! Ao fazer uma viagem de vistoria recentemente, percebi o quanto o cerrado tem de suas peculiaridades e também é um guerreiro, forte e implacável à ação avassaladora do homem.
O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, pegando 8 Estados e o Distrito Federal (MG, GO, TO, BA, MA, MT, MS, PI e DF).
Como disse, o cerrado é forte e uma de suas características que mais me encanta é a ótima retenção de água que tem.
Grande parte das espécies vegetais do cerrado possuem raízes pivotantes profundas, permitindo que frutifiquem e se reproduzam mesmo durante a seca. Além disso, sabe-se hoje que grande variedade da vegetação do cerrado possui xilopódios – órgãos lenhosos subterrâneos que protegem as plantas contra o fogo – cuja descoberta levou alguns cientistas a concluir que a vegetação do cerrado seria uma vegetação “clímax do fogo”.
No final dos anos 50, uma nova hipótese, a do oligotrofismo distrófico, associa a baixa fertilidade dos solos e o excesso de alumínio às suas características de nanismo e tortuosidade. Mas mesmo considerando que o alumínio aumenta a deficiência nutricional dos solos, hipóteses do oligotrofismo distrófico nunca foram testadas experimentalmente no país.
Hoje, aceita-se a combinação da estacionalidade climática, da deficiência nutricional dos solos e a ocorrência do fogo como os principais responsáveis pelas características da vegetação do cerrado. Sua variação espácio/temporal seria então a principal responsável pela diferenciação de suas paisagens.
Ainda hoje é o que mais se vê no cerrado são as queimadas, em várias viagens que vou é inevitável nesta época não se deparar com este ato (chamo de ato de vandalismo) pelas estradas. E a fiscalização e monitoramento no Estado ainda não é o suficiente para conseguir controlar, mesmo sendo feito trabalhos de educação ambiental ainda é muito comum entre os produtores, até mesmos os grandes onde pensa-se que há mais instruções ou facilidade para chegar até as informações de âmbito ambiental.
O que vocês querem saber sobre o cerrado? No próximo quero falar sobre os biomas e ecossistemas que temos e “corredores ecológicos”. Aguarde!
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[UPDATE]
Hoje é o Dia da Proteção às Florestas e fiz esta matéria sem saber (rs), vamos lá… o Cerrado (na zona de transição com a floresta amazônica) é um dos mais castigados e merece ser lembrado e preservado! Segue link das matérias que estão fazendo sobre este dia.
“Embora pertença formalmente à região Norte, o estado do Tocantins encontra-se na zona de transição geográfica entre o cerrado e a floresta amazônica. Essa característica fica evidente na fauna e flora locais, onde se misturam animais e plantas das duas regiões.” Via Brasil República
O Cerrado sempre me fascinou também. Moro numa região de transição dele com a Mata Atlântica, mas percebo bem sua vegetação, principalmente na época da seca. E é evidente o quanto ele está degradado por causa da expansão agropecuária. Uma coisa que acho interessante no Cerrado são as relações existentes entre seres vivos e o meio físico, principalmente o fogo. Um ambiente seco e que guarda uma imensa diversidade. Gostaria de saber mais sobre isso. Abraços.
Olá. Tenho um especial de frases para o Meio Ambiente, segue o link: http://www.quemdisse.com.br/especial.asp?QDCOD=BH7TD9BAPH7CLNCBUP44&t=01/05—semana-mundial-do-meio-ambiente .
Lamentável, mas divulgações e matérias como esta,são muito importes. Parabéns pelo Posts!