A força da marca “Araguaia” para o bem e para o mal
As marcas tocantinenses estão perdendo uma grande oportunidade de visibilidade ao não se associarem à preservação Rio Araguaia, que pede socorro. O Araguaia é um santuário e sofre uma pressão gigantesca do agronegócio que está ocupando suas margens de forma desequilibrada, provocando o assoreamento, a diminuição da flora e da fauna. O Araguaia está sendo desabastecido por seus afluentes que tem suas águas sugada para a agricultura irrigada de grande escala. Esta é a nossa grande causa ambiental. Nada pode ser mais urgente ou mais importante que salvar a bacia do Rio Araguaia.
Até o presidente Bolsonaro e o seu ministro anti-meio ambiente, já perceberam isso e fizeram do Araguaia o palco das celebrações para o dia Mundial do Meio Ambiente, lançando em Aragarças/GO um plano de recuperação do Araguaia, que foi muito mal explicado, mas funcionou como instrumento de marketing para suavizar a imagem de ambos.
Ao prestar consultoria para um grupo de produtores da região da Lagoa da Confusão/TO que foram acionados pela Justiça pelo excessivo bombeamento de água dos rios Urubu e Formoso fiz o alerta de que o produto deles poderia ser visto pelos consumidores como o “arroz que está ajudando a preservar o rio Formoso”, ou o “arroz que está contribuindo para a morte do Rio Formoso”. E pedi que eles imaginassem os efeitos destas duas campanhas na internet, ou em mídias de massa. Preferiram enfrentar a demanda judicial a investirem em comunicação para criar uma interação com as comunidades e reforçar o apelo ambiental das marcas. Este é só um exemplo do quanto esta questão é sensível e pode afetar, mais adiante, as nossas carnes, o milho que está ocupando grandes extensões nas proximidades de Caseara/TO, as melancias de Formoso/TO. As empresas e produtores que estão cumprindo com as regras do jogo da sustentabilidade devem comunicar isso aos seus consumidores. As que não estão, nem precisam se preocupar porque estão fadadas ao fracasso. Supermercados de grandes centros já estão rejeitando carnes de áreas de desmatamento. Imagina o que não fariam com produtos que contribuem para a morte de um santuário como Araguaia?