Aterro é o destino correto para o lixo
Foi ao ar neste domingo uma matéria muito boa sobre aterro sanitário no Globo Ciência, o que mais me chamou atenção é a pressão do governo para cumprir o lei regular que prevê que até 2014 todos os lixões dever acabar no Brasil. Não sei se até lá teremos resolvido esse problema. Na cidade onde moro foi resolvido transferido o lixão para outra cidade, que resolveu o problema da minha cidade, mas da cidade que recebeu o lixão não. Simplesmente transferiram nosso lixão para outra cidade, e pior para perto de uma represa de abastecimento de água. A outra cidade ficou indignada, mas não se pode fazer. Bom, essa matéria fala muito sobre tudo isso que acontece no Brasil, segue a matéria:
A partir da implantação de leis ambientais na década de 1980, o lixo ganhou um destino correto: os aterros sanitários. O terreno é estudado previamente, para medir os possíveis impactos ambientais e o lixo recebe tratamento adequado. Além disso, um aterro sanitário recebe o lixo separado, de acordo com seu tipo, domiciliar, industrial, hospitalar. Até 1980, não havia planejamento para o destino dado aoo lixo produzido nas cidades, que era despejado, aleatoriamente, a céu aberto e não recebia tratamento algum.
De acordo com o o Coordenador de Projetos da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) e coordenador dos os aterros sanitários de Jardim Gramacho e Gericinó, Lúcio Vianna, o crescimento dos lixões foi decorrente de um passado sem responsabilidade ambiental. Segundo Vianna, para mudar a situação dos lixões, muitos foram transformados em aterros controlados. “O lixão passa a ter sua área mapeada, por meio de um sistema de sondagem, e nele são aplicadas técnicas para tratar o lixo”, afirma o coordenador.
A medida é importante para impedir a degradação do ambiente. Quando a matéria orgânica está em decomposição, ela produz um líquido, chamado chorume, que, sem tratamento, pode chegar ao lençol freático e poluí-lo. O terreno de um aterro sanitário deve ser preparado para receber água da chuva, para que ela não se infiltre no solo levando resíduos poluentes.
Vianna conta que no Rio de Janeiro, o aterro controlado de Jardim Gramacho, considerado o maior da América Latina, com 1.300.000m², nunca poderia ter começado. Segundo o coordenador, se trata de uma área de mangue. “Ele jamais poderia estar ali, em cima de um manguezal, perto de rio”, diz Vianna.Em 33 anos de exercício, o aterro já recebeu 85 milhões de toneladas de lixo. No início, o local funcionava como um lixão e recebia lixo irregularmente. Em 1996 a prefeitura do Rio de Janeiro assumiu o local e passou a controlá-lo. Com o sistema de recuperação implantado, o aterro de Jardim Gramacho não agride mais o ecossistema, tem o chorume tratado e exploração correta do gás metano, efeito da decomposição.
O terreno de um aterro também é delimitado, para que ele não cresça para os lados, medida adotada também para Jardim Gramacho, que passou a crescer para cima. As atividades no aterro de Jardim Gramacho estão sendo encerradas e até 2012 ele deve ser completamente desativado. Entretanto, após o fechamento, um aterro deve continuar a ser monitorado. No caso de Jardim Gramacho, por exemplo, o monitoramento será feito por mais 15 anos, até que o lixo não produza mais gás nem chorume. Fonte [Globo Ciência]
Legal a matéria.
Só acho que lugar de “lixo” é na cadeia produtiva e não no aterro.
Ola tudo Bem?
Gostei muito do seu assunto,tenho também um blog e gosto do mesmo assunto, depois da um passada lá! Obrigado!.
Juninho, eu sei que tem soluções melhores. Mas este é a viável no momento. 🙂 Se conhecer mais, pode compartilhar conosco?
Acho que tem muitas soluções viáveis, basta querer.
Trabalhei um tempo prestando consultoria pra pequenas empresas e condomínios residenciais sobre a questão dos resíduos sólidos.
Hoje em dia todas as grandes cidades têm pelo menos uma associação de recicladores, e mesmo com essas associações as pessoas e empresas continuam jogando resíduos que poderiam ser reaproveitados junto com os rejeitos.
Custa muito pouco uma empresa ensinar seus funcionários a separar os resíduos, e na maioria delas não é preciso adquirir equipamentos, basta usar o que já têm.
No caso das residências, é muito mais viável implantar coleta seletiva do que gerenciar aterros sanitários. A maior dificuldade realmente é fazer a população participar. Pra mudar isso, acho que temos justamente que parar de achar que aterro é solução e fazer com que todos enxerguem os resíduos como insumos.
Vou contar uma experiência também:
A um anos atrás ingressei numa empresa de informática: “Fabricação de PCB,PCI e dispositivos”, em sua grande maioria do lixo gerado, era insumo. Mas não tinha pessoas interessadas nem tão pouco lugar para enviar o material. A empresa fez de tudo para engressar na certificação ISO. E conseguiu, mesmo não tendo onde descartar tudo, ela fez parcerias com outras empresas. Das quais até montaram arquitetura para receber o lixo gerado. Mas nem todos os insumos eram aproveitados, tais como: Lâmpadas e baterias. A empresa tinha interesse social em ajudar, mas não tinha interesse sócio-cultural do governo para mudar isso. É que eu acho que a “cultura” tem muito a haver. Posso até está errado. Mas já havia falado sobre isso aqui: http://vivoverde.com.br/a-cultura-do-lixo/
Marco, obrigada pelo elogio (em nome do Thiego rs) e gostei de seu blog, parabéns!
Ai, visitei o blog e comentei lá, rs. Também gostei do blog 🙂