Mapeamento do artesanato do Bico do Papaguaio aponta para necessidade de qualificação e escoamento dos produtos
Por Seleucia Fontes / Governo do Tocantins
O objetivo é realizar o levantamento das necessidades dos municípios em relação a produção do artesanato e das tradições culturais de todas as regiões do Estado.
Em Esperantina, extremo norte do Estado, a 708 km de Palmas, a casca do cupuaçu serve de base para a produção artesanal local. Também na região do Bico do Papagaio, Tocantinópolis (525 km da Capital), não tem artesanato característico, mas a argila abundante na região pode ser a base para o desenvolvimento de uma produção local.
Estas e outras observações foram levantadas em 11 municípios visitados pelo gerente de Fomento e Promoção da Cultura da Agência de Desenvolvimento do Turismo, Cultura e Economia Criativa (Adetuc), Álvaro Junior, e a técnica Lívia Iwasse, para realizar a primeira etapa do mapeamento das necessidades em relação à produção do artesanato e tradições culturais. Desde 2011, este trabalho não era realizado, e todas as regiões do Estado serão atendidas, visto que o fomento a economia criativa é um dos pilares da gestão do governo Mauro Carlesse.
Segundo Álvaro Jr, este trabalho de prospecção é realizado por meio da aplicação de questionários e das reuniões de sensibilização reunindo artesãos e gestores municipais para discutir alternativas para o desenvolvimento do artesanato. “É papel do Estado e das prefeituras buscar as condições ideais para o desenvolvimento e escoamento dessa produção”, defende.
Entre as dificuldades encontradas está a distinção entre trabalho manual e artesanato, que é a expressão da identidade cultural de uma comunidade. O gerente de Fomento e Promoção da Cultura explica que outra etapa do projeto será a elaboração de um plano de trabalho que envolva cursos e oficinas visando à qualificação dos artesãos, para que eles estejam aptos a participar do circuito nacional de feiras de artesanato. “Também queremos criar uma rede de compartilhamento de
técnicas”, revela Álvaro Jr, explicando que estão sendo localizados mentores que detém técnicas únicas que precisam ser perpetuadas em suas regiões. Já aos gestores municipais, cabe o apoio no escoamento desta produção, sendo a realização de feiras municipais uma das formas de geração de renda.
Este trabalho de qualificação também passará pelo estímulo ao cadastramento municipal de artesãos, bem como o estímulo ao associativismo e regularização de entidades já existentes e emissão da Carteira de Artesão.
A região Sudeste será a próxima a ser mapeada. Entre os dias 10 e 13 de junho, 15 municípios serão visitados. Os relatórios de cada visita serão enviados para os gestores das cidades envolvidas, Sebrae e presidência da Adeduc.