Kimberly-Clark reduz a zero a destinação de resíduos para aterros em duas de suas fábricas

As fábricas de Camaçari (BA) e Suzano (SP) conquistaram o marco de 100% de reaproveitamento dos resíduos das suas produções, zerando o envio de materiais para aterros sanitários

Foto: Divulgação

Kimberly-Clark, multinacional norte-americana de produtos para cuidados pessoais e bem-estar, acaba de conquistar mais um passo rumo às suas metas globais de sustentabilidade. As fábricas das cidades de Camaçari (BA) e Suzano (SP) atingiram a meta de se tornar “Aterro Zero”. Isso significa que, desde setembro de 2019, 100% de todos os resíduos gerados na produção local são reaproveitados de alguma forma, fazendo com que a operação não descarte mais nenhum excedente produtivo em aterros sanitários. 

Esse marco reforça a visão da Kimberly-Clark de liderar o mundo no que é essencial para uma vida melhor. “Somos uma empresa que se aproxima dos seus 150 anos no mercado e ao longo na nossa jornada seguimos comprometidos em melhorar as comunidades nas quais trabalhamos e vivemos” destaca o Diretor de Operações da Kimberly-Clark, Sérgio Montanha. “Globalmente, estabelecemos metas ambiciosa de sustentabilidade que nos estimulam a fomentar ideias inovadoras e buscar mudanças de longo prazo. Com isso, buscamos criar valor social, ambiental e financeiro,” completa.

Para acompanhar a evolução dessa iniciativa, a Kimberly-Clark inovou ao criar um índice de valorização de resíduos, o IVR, que tem como objetivo direcionar esforços e acompanhar o gerenciamento dos excedentes produtivos e o seu impacto financeiro para a operação. “Como resultado destes esforços, a venda dos materiais gerou uma receita líquida (saldo entre despesas e receitas) de R$2,8 milhões em 2018, enquanto em 2014, quando se iniciou este trabalho, o saldo foi de R$1,7 milhão negativo para destinar os resíduos sólidos de acordo com a legislação vigente”, exemplifica Montanha.

Zerar o envio de materiais excedentes para aterros faz parte das metas globais de sustentabilidade da companhia, detalhadas na sua Visão 2022. No Brasil, além das operações de Camaçari e Suzano, a fábrica de Correia Pinto (SC) alcançou a meta ainda em 2018. A outra fábrica da Kimberly-Clark no país, em Mogi das Cruzes (SP), envia para aterros 3,7% dos seus resíduos de produção, e tem como meta zerar o descarte até 2020. Desta forma, o Brasil alcançará esta meta dois anos antes do previsto pela visão da companhia.

Parcerias de sucesso

Por meio de iniciativas desenvolvidas por parceiros especializados da Kimberly-Clark e apoiadas pela companhia, a polpa de celulose que sobra no processo é transformada em tapete para animais de estimação e o plástico remanescente passa a ter vida útil ao ser usado na fabricação de utensílios como vassouras, pás e cabides. O mesmo acontece com sobras de matérias primas de produtos da companhia: o excedente de lenços umedecidos vira palmilha de sapato, enquanto o lenço seco se transforma em enchimentos, como pelúcia.

Vidro, sucata metálica, papel e papelão também são reciclados, assim como os resíduos da produção de fraldas, que podem virar desde madeira plástica até combustível. Todo material de entulho toma nova forma como material de construção, se transformando em areia e pedras, por exemplo.

Quando falamos de matéria orgânica gerada pela operação, que vai desde sobras do refeitório até os resíduos de jardinagem, um equipamento tem papel fundamental – a composteira, que, diariamente, transforma mais de 100Kg de matéria orgânica em adubo. Já os excedentes não recicláveis são, por sua vez, encaminhados para um coprocessamento, isto é, queima ambientalmente controlada e com aproveitamento da energia gerada. 

Já quando o assunto é reciclagem de embalagens no pós-consumo, a Kimberly-Clark participa do Programa “De a Mão Para o Futuro – Reciclagem, Trabalho e Renda”, coordenado pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC). O programa tem como princípio a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos e atua apoiando redes e cooperativas de catadores de materiais recicláveis. Ele é implementado no âmbito da Logística Reversa de Embalagens, com abrangência nacional, de forma a atender a Política Nacional de Resíduos Sólidos.  

Referência global em consumo de água

A Kimberly-Clark também investe em melhorar os indicadores de consumo de outro recurso muito importante tanto para o seu processo produtivo quanto para o Meio Ambiente: a água. Ainda em 2013, a companhia, em parceria com a organização ambiental The Nature Conservancy (TNC), calculou a sua “pegada hídrica” e, com esse dado, nos anos seguintes, adotou medidas para melhorar o reuso de água no processo de fabricação. 

Como resultado desse projeto, em 2018, a captação de água nas fábricas de papel da Kimberly-Clark, Mogi das Cruzes (SP) e Correia Pinto (SC), registrou uma melhora de 27% em comparação a 2014.  Por meio das ações adotadas, parte da água, cerca de 60 a 70%, recircula e volta para o processo de produção, enquanto a outra parte é tratada e volta para o rio. Com esse avanço, essas duas unidades brasileiras conquistaram o segundo e terceiro melhor desempenho em captação de água por tonelada produzida entre todas as operações da Kimberly-Clark no mundo.

Daiane Santana

Daiane Santana é a idealizadora do Portal VivoVerde, nasceu em Minaçu/GO e atualmente reside em Parauapebas-PA e há 15 anos escrevo neste site. Sou formada em Engenharia Ambiental, pela UFT – Universidade Federal do Tocantins, pós-graduada em Gestão de Recursos Hídricos e Engenharia de Segurança do Trabalho. Atuo como consultora, ministro treinamentos nas áreas de meio ambiente, segurança do trabalho quando dá tempo. Contato: portalvivoverde@gmail.com | Twitter - @VivoVerde | Instagram: @DaianeVV | 063999990294

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.