Ruralistas X Ambientalistas?
Atualmente com as discussões sobre o PL nº 1.876/99 que pretende a reformulação do Código Florestal vigente (Lei 4.771/65), muito tem se ouvido e falado sobre a dicotomia entre Ruralistas e Ambientalistas.
A mídia tem difundido a ideia que os interesses de produtores rurais e de pessoas que querem proteger o meio ambiente são contraditórias, principalmente quando o assunto é florestas.
A dimensão dessa falsa afirmação é impressionante, na era das notícias em tempo real, mídias sociais e principalmente de Twitter o perigo da ignorância pode afetar o futuro das leis desse país.
Tal fato é comprovado pela superficialidade com a qual o assunto é tratado. Pessoalmente o que mais tenho visto é uma propagação sobre tudo de posições contrárias a mudança da legislação, sem qualquer fundamento para a defesa do posicionamento.
A sociedade brasileira tem o dever de opinar e participar das discussões relevantes, o problema é que os interesses ocultos estão prevalecendo sobre a informação da realidade ambiental que enfrentamos hoje em dia.
O Brasil somente vai atingir a efetiva sustentabilidade quando a produção rural for aliada da preservação/conservação do meio ambiente como um todo. É esse o cerne da questão!
A legislação vigente tem pontos positivos que devem ser mantidos, porém em sua maioria o texto está defasado e sustenta uma política governamental que inverte valores.
Se fizermos uma análise fria vale mais a pena desmatar do que deixar a floresta em pé. No caso da supressão da vegetação, a soja ou a pecuária traz mais benefícios, pois a fiscalização não é eficaz e as multas ambientais dificilmente são pagas.
Especialmente, em um país onde temos milhares de produtores rurais que sobrevivem da agropecuária de subsistência.
Hoje a população que vive nas cidades, onde no passado havia floresta que foi desmatada na sua integralidade, não tem participação no ônus da preservação do meio ambiente. Ora, não podemos negar que preservar matas tem um custo financeiro, e não podemos ser hipócritas a ponto de afirmar que isso não importa.
Infelizmente, a pura e simples preservação de florestas e o desenvolvimento pleno da biodiversidade não são possíveis com a presença do homem na terra. Nosso papel é viabilizar a sustentabilidade! Equilibrar meio ambiente, economia e social, e para isso a produção de alimentos é fundamental.
Todo o patrimônio florestal brasileiro advém dos produtores rurais, que deixaram de desmatar seja pela sua consciência ou fatores externos. Nós devemos reconhecer isso e não trata-los como inimigos.
Por fim, como em todos os seguimentos sociais existem bandidos que atuam indiscriminadamente e devem ser punidos.
É hora da mudança, a lei precisa privilegiar quem tem florestas e a sociedade deve “pagar” pela preservação delas!
Luiza de Araujo Furiatti
Nossa, que falta de argumentação..
Tenta explicar de novo, fazendo talvez um novo post. Desmatar é melhor que preservar? Como assim??
Lara,
Trata-se de um post de 2011 que evidencia os equívocos da Lei 4771/65, diante dessa perspectiva para o produtor rural era economicamente mais vantajoso desmatar, pois as multas muitas vezes não são pagas e não existe política governamental para pagamento de serviços ambientais. Antes de criticar peça esclarecimentos. Tenho certeza que tenho muitos argumentos que vão te ajudar a conhecer e entender o tema.